Justin
Aquela imagem não me escapava da minha mente nunca
mais, nem se eu quisesse. Ninguém podia negar, ela era gostosa e pelo jeito as
coisas só melhoraram. No casamento, eu só a via assim nos momentos íntimos
que nós tínhamos. Aquele corpo sempre me causava efeitos ótimos e como acabei
de perceber, ainda causam.
Eu estava deitado na cama quando ela saiu do
banheiro já vestida.
- Aonde vai? - Perguntei assim que vi ela saindo
pela porta principal.
- Almoçar.
- Vou com você. - Pulei da cama e sai.
Estávamos no restaurante do hotel sentados em uma
mesa, nossos pedidos haviam acabado de serem entregues. Ela estava muito
calada para o meu gosto, mas nada que uma provocação não resolvesse.
- Completamente nua... Nossa! - A olhei malicioso.
- Já falei para esquecer isso. - Olhou para os
lados preocupada com o ouvido das pessoas em volta.
- Impossível. - Mordi os lábios.
- Cala boca e come! - Cochichou.
- Essa frase não é tão inocente quanto pensa.
- Ah, pelo amor de Deus! - Revirou os olhos.
- Não tenho culpa se você é tão...
- Descuidada? - Me olhou.
- Eu diria gostosa. - Sorri.
Ela me olhou com os olhos cerrados, provavelmente
em breve me mandaria calar a boca novamente. Eu pretendia provocá-la mais um
tanto, porém fomos interrompidos.
- Ah, achei vocês. Tudo bem? - Aquele vadio nos
olhou sorrindo.
- Oi. Tudo sim! - (Nome) o olhou com um sorriso
bobo e eu apenas acenei com a cabeça revirando os olhos logo em seguida.
- Sem querer ser enxerido, mas vocês são casados? -
Nos olhou.
- Sim. - Respondi.
(Nome) me olhou brava.
- Não, não somos. - Ela olhou para ele.
- Ah, ok. - Disse um pouco confuso.
Quando achei que aquele pesadelo estava perto do
fim, ela me mostrou que não havia nem começado. - Você quer sentar com a
gente? - Não bastou muito para eu a olhar com as sobrancelhas arqueadas.
- Claro. - Puxou a cadeira ao lado.
- Você com certeza não teve uma primeira boa
impressão de nós. - Ela disse envergonhada colocando uma das mechas da franja
atrás da orelha.
- Bom, na verdade a primeira vez que te vi foi no
saguão e você usava uma saia que deixou suas pernas maravilhosas. Pode
acreditar, a minha primeira impressão de você foi a melhor das melhores.
- Sorriu.
Filho de uma puta. Como ele ousa falar das pernas dela na
minha frente, quem esse arrombado está pensando que é?
Bufei alto e cruzei os braços, eu estava muito
perto de esganar aquele corno.
- O que você faz? De onde é? - Ele perguntou.
- Sou designer de interiores e vim de Washington
para construir um projeto. E você?
- Jogador profissional de Tênis. Sou de Ohio e
estou aqui de férias.
- Ah, ual. - Ela sorriu.
- Posso te ensinar a jogar um dia. - A olhou com
uma ponta de malícia.
- Eu adoraria. - O olhou da mesma forma. Nunca que
eu ficaria ali segurando vela.
- Vão tomar no cu. - Falei me levantando da
mesa.
Entrei no elevador e eu nunca me senti tão furioso
na vida. Ignorado pela minha ex-mulher.
Apertei o botão do meu andar e senti o elevador
entrar em movimento. Pode apostar que aquele filho da puta vai me pagar,
ninguém tira o que é meu e sai impune nisso, jamais. Olha, foda - se se ela
gosta dele, acha bonito ou o caralho a quatro, isso não me importa. Eu não
quero ela perto daquele cara, isso vai me dar um trabalhão se der certo.
Porra! Por que diabos eu deixei eles
sozinhos? Isso pode gerar uma bela de uma noite no quarto dele.
O elevador parou para alguém entrar, aproveitei a
deixa e saí. Peguei as escadas e desci novamente até o restaurante. Assim que
cheguei até a mesa, me sentei largadamente na minha cadeira assustando ambos.
- Ah, voltei. - Sorri falsamente.
Se acham que eu não tinha um plano, estão
redondamente certos. Mas há algo sobre mim, improvisos são o meu forte.
- Ei. - Falei ao cara ganhando a atenção do mesmo.
- Você disse que joga tênis, não é?
- Sim. - Me olhou confuso.
- Você não faz mais nada da vida caralho? Sabe? Um
emprego de verdade.
- Mas... tênis é um emprego de verdade.
- Vai me dizer que ainda mora com seus pais? Sabe,
nunca ouvi falar de você. É mesmo jogador profissional? Eu acho que essa
profissão não...
- Justin! - (Nome) falou alto até demais.
- O que foi? Apenas estou curioso.
- Para, eu sei o que está tentando fazer!
- Porra, estou apenas conversando com ele.
- Você está sendo um imbecil!
- Nunca.
- Ahn... Acho melhor eu ir, tenho que resolver uns
assuntos... - O rapaz se levantou e foi para outro canto do
restaurante.
Sorri vitorioso, mas assim que olhei pra (Nome), vi
que ela estava muito brava.
- Não acredito que fez isso, seu cretino! - Ela
disse se levantando da mesa e saiu me deixando sozinho.
Percebi que não estava apenas brava, mas também
chateada. Paguei a conta e logo fui atrás dela.
Não consegui pegar o mesmo elevador, mas quando
cheguei no quarto, ela estava na sacada. Decidi que não falaria com ela
naquele momento, provavelmente só a deixaria mais brava.
Anoiteceu e ela ainda permanecia ali na sacada.
Estava sentada em uma das cadeiras ouvindo músicas em seu celular.
- Ei, está frio demais para ficar aqui, não acha? -
Fui até lá.
- Vai se foder, Justin.
- Hum, falando palavrões. Está mesmo brava. - Parei
em sua frente.
- E esperava que eu desse pulos de alegria? Você
estragou tudo. De novo. - Se levantou e foi para dentro.
- Ele só queria te comer, acredite. - A
segui.
- E isso importa? Desde que ele me tratasse como eu
realmente mereço, isso seria a última coisa que eu me importaria. Justin,
eu quero um namorado!
- Para que?! - A olhei indignado.
- Para me fazer feliz. - Gritou. - Acha que quero
viver como você?
- Ah, vai tomar no cu. Ele quer te enganar, não
consegue ver?
- Enganar? Justin, eu nunca vi um homem tão doce na
minha vida.
- Porra, para de ser idiota. Um cara faz de tudo
para comer uma mulher, logo ele te descartaria.
- Ninguém é tão experiente como você nisso, não é?
- Só estou querendo te dizer que ninguém falaria
das suas pernas se realmente está interessado no seu coração, presta atenção
cacete!
- Você estragou tudo e essa pode ter sido a minha
última chance de ser feliz com alguém. Muito obrigada! - Bateu a porta do
banheiro com força.
- Ah, caralho! - Gritei jogando uma almofada no
chão.
Respirei fundo e tentei me acalmar. Mesmo depois de
ter tirado ela de uma roubada eu me sentia culpado. Puta merda, qual era o
problema daquela mulher?
Me joguei na cama e fiquei esperando ela
sair.
Quando ouvi o barulho da porta, me levantei rápido
e vi ela vir em minha direção.
- Eu quero dormir na cama. E sozinha. - Disse me
olhando firme.
- O que? Não.
- Eu não vou dormir na droga do sofá de novo!
- Então dorme comigo.
- Nem pensar. Você vai dormir no sofá e eu aqui!
- Eu já disse da primeira vez e vou dizer
novamente. Essa cama é minha porra!
- Quer saber, vai se ferrar seu egocêntrico! - Me
empurrou.
Ela foi até o sofá, bufou e se deitou apagando seu
abajur. Não era isso que eu esperava, eu queria que ela aceitasse a opção de
dormir comigo.
Luzes apagadas, corpos separados.
- (Nome)?
- Cala boca.
- Dorme comigo.
- Não.
- Não foi uma pergunta.
- Foda - se, eu disse não.
- Vem, para de ser marrenta.
- Justin, cala - a - sua - boca.
- Se você não dormir comigo, eu vou aí dormir com
você.
- Puta merda, pode me deixar em paz?
- Estou indo ai!
- Não chegue perto de mim!
- O sofá é pequeno, a cama é grande. Você
escolhe...
- ‘Tá! Eu vou porra! - Ouvi ela se levantar e um sorriso
brotou em meus lábios. Senti a cama se mexer e logo o perfume dela ficou mais
forte.
Assim que ela se deitou debaixo das cobertas,
cheguei mais próximo.
- Se tocar em mim, eu nunca mais falo com
você.
- Correrei o risco. - Tentei abraçá-la.
- Sai! - Me empurrou.
- Para de frescura.
- Qual parte da palavra "separados" você
não compreendeu ainda?
- Ah, vai se foder! - Me virei para o outro
lado.
- Ridículo!
- Cala a boca e dorme, porra.
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