Destiny (Justin Bieber) - Capítulo 4


Você


Novamente com o corpo dolorido, acordei cansada. Eu mal conhecia aquele sofá, mas já o odiava do fundo do coração. Uma dor nas costas era o que eu mais sentia assim que abri os olhos. Respirei fundo, mas aquele peso ainda incomodava.
Assim que me virei numa tentativa de me sentir mais confortável, percebi que não estava no sofá e aquele incomodo nas costas era o peso de um corpo. Ou melhor, daquele corpo.
Abri os olhos inteiramente e olhei em volta. Sutiã? Confere. Roupas? Confere. Projetos na cama? Confere. Dignidade? Não por completo, mas confere.
- Santo Deus! - Cochichei vagarosamente.
Justin estava em cima de mim. Metade de seu corpo estava me envolvendo e posso dizer que ele era muito pesado. Ele tinha sim um sono pesado, mas eu nunca arriscaria deixar ele me encontrar naquela cama com ele. Jamais! A minha dignidade tinha que sair comigo daquela cama, mesmo que parecesse impossível.
Com muito cuidado, tirei-o de cima de mim e sai da cama. Respirei fundo, mas logo comecei a surtar silenciosamente. Como aquilo tinha acontecido? Eu nunca dormiria ali por vontade própria. Será que ele sabia que eu havia dormido ali com ele?
Olhei novamente para a cama e vi que ele se mexia, ele estava acordando. Arregalei os olhos e corri para o sofá me jogando nele em seguida. Sem cobertores, sem travesseiro.
- (SeuNome)? - Ouvi ele me chamar, mas fingi continuar a dormir.
Depois de um tempo, ele se levantou e ouvi seus passos em direção ao sofá.
- Dormiu sem nada? - Sua voz rouca soou mais perto.
- Ahn? - Fingi novamente acordar. - Ah, oi.
- Não passou frio? - Me olhou preocupado.
- Sim. - Não, eu estava realmente quente na sua cama. Obrigada.
- Achei que tinha dormido comigo na cama. - Disse confuso coçando a nuca.
Esse vagabundo sabia!
- Dormir com você? Não. - Sim!
- Ah, ok. - Deu as costas e foi até o banheiro.
Respirei fundo em alívio.
Eu me sentia uma vagabunda mentirosa, porém com dignidade. Ou talvez não. Eu poderia até estar errada, mas eu nunca feriria meu orgulho dizendo que dormi na mesma cama que meu ex-marido. Nunca, jamais!
Para esfriar a cabeça, resolvi que sairia um pouco. Coloquei um hobby por cima do moletom e abri a porta do quarto indo até o meio do corredor, porém resolvi voltar. Andar de hobby pelo corredor do hotel não era algo muito normal.
Assim que me virei para voltar, vi Justin ali e tomei um breve susto. Logo me recompus e o dei um tapa no braço.
- Filho da puta, quase me matou.
- Aonde ia vestida desse jeito? - Passou sua mão no local atingido por minha mão há segundos atrás.
- Prostíbulo. - Disse irônica. - Sai da minha frente.
- Eu adoraria te ver em um prostíbulo. - Ignorou a minha última frase sorrindo malicioso. - De verdade.
- Sai. - Tentei o empurrar, mas nada. Então o dei outro tapa, porém com mais força. - Sai!
- Calma, é só brincadeira. - Tentou se defender.
Antes de eu revidar com a minha ignorância aguda, fomos interrompidos pela porta da frente que foi aberta por um rapaz.
Porra, e que rapaz! Ele era um maravilhoso moreno e tinha olhos azuis encantadores. A primeira coisa que notei, foi que ele havia acabado de sair do banho. Ele estava com uma toalha amarrada no quadril e olhou diretamente para mim.
- A-ah. - Tentei pronunciar algo para justificar a discussão na frente de sua porta. - Desculpe. - Continuei o olhando fixamente. Ele não dizia nada, apenas nos olhava confuso.
Comecei a relembrar das poucas aulas de francês que tive, mas nada me vinha em mente. Ele também não estava me ajudando em nada me encarando daquele jeito, estava me deixando constrangida.
- Désolé pour le désagrément. - Arrisquei. (Desculpe pelo transtorno)
- Ne pas besoin de parler français, je suis Américain. - Ele sorriu. (Não precisa falar em francês, eu sou americano)
- Ah, ok. - Ri envergonhada. - Não vamos incomodar, desculpe.
- Tudo bem. - Riu, piscou e fechou a porta.
- Nossa... - Eu disse maravilhada quando entrei no meu quarto.
- Que frescura - Revirou os olhos. - Sabe o que é isso? Falta de sexo.
- Cala boca. - O olhei feio, mas aquilo não passava da verdade. - Só achei ele bonito.
- Foi o que você me disse quando nos conhecemos. Três semanas depois, transamos.
- Você é desprezível. - Revirei os olhos e fui até o banheiro fazer as higienes matinais.
No meio do dia, logo após almoçarmos, Nick ligou.
- Como estão? - Disse no viva-voz.
- Bem. - Respondemos juntos.
- E o projeto? Conquistaram os clientes?
- Acho que sim, não vi nenhum índice de insatisfação. - Falei.
- Maravilha. E como estão indo nesses três dias?
- Um inferno. - Falei me lembrando de todas as discussões que tivemos. Sem contar que em um desses dias, Nick havia me mandado uma mensagem dizendo que não haviam hotéis disponíveis por perto. Fiquei revoltada.
- Ela tarou um cara na minha frente. - Justin disse indignado.
- Cala boca! - Bati nele.
- Caralho, para de me bater!
- Então para de ficar falando sobre a minha vida pessoal para os outros!
- Ei crianças, podem parar!
- Desculpa. - Respondi.
- Foi mal. - Justin se deitou na cama, aonde estávamos sentados.
- Se continuarem assim, não vão durar muito tempo. Olhem, prestem bem atenção. Toda vez que forem brigar, respirem fundo e esqueçam.
- Isso não é fácil quando se tem o Justin como parceiro, Nick.
- Só tentem, vai melhorar a situação. Tenho que ir, até mais.
Assim que ele desligou, fui tomar um banho quando vi que Justin havia saído. Segundo ele, ia se encontrar com aquela vagabunda. Eu nem sei porque ele me contou, eu realmente não precisava saber sobre isso.
Foi um longo banho, a água estava quente e eu não conseguia sair. Assim que me livrei do chuveiro, fiquei olhando para os lados.
- Onde eu coloquei a toalha? - Olhei no armário do banheiro, mas nada.
Abri a porta e coloquei apenas a cabeça para fora, eu não gostaria de ser pega nua por ninguém. Muito menos pelo desprezível do meu ex-marido. Eu já sei, uso demais essa palavra. Mas é a verdade! Bom, assim que me certifiquei realmente que não havia ninguém no quarto, corri até o grande armário do outro lado do cômodo e fui procurar as toalhas que ficavam do lado de cima.
- Aí estão vocês... - Me ergui na ponta dos pés na tentativa de alcança-las, mas a minha altura não me favorecia tanto quanto eu pensava. - Preciso de uma cadeira, isso.
A cadeira era a única coisa que eu tinha em mente, era. Quando meus olhos se focaram para outro lado, percebi que assim que me virei, ele estava ali parado apenas me observando.
- Caralho. - Foi sua única palavra. 

Meus olhos automaticamente arregalaram-se em um espanto inexplicável. Eu podia jurar com todas as minhas forças que estava sozinha.
- Vira para lá! - Gritei e me tampei com as mãos. Era completamente inútil, mas eu não tinha nenhuma outra opção. Minha mente tentava calcular o mais rápido o possível uma solução viável, mas tudo parecia complicado. Para voltar ao banheiro, eu teria que passar por ele. Só havia uma cadeira naquele lugar, e ela se localizava na sacada, impossível. Não havia nenhum tipo de pano próximo a mim que eu pudesse me cobrir.
- Para de olhar! - Ordenei assim que percebi que ele ainda encarava.
Olhei para a cama e vi os lençóis, é os lençóis seriam úteis. Assim que Justin finalmente se virou, corri até a cama e puxei os lençóis me cobrindo em seguida.
- Porra, o que foi isso? - Ele voltou a me olhar.
- Eu não se. Só esquece, por favor. - Andei em direção ao guarda-roupas, eu estava absurdamente constrangida.
- Você estava... - Ele me olhou surpreso. - Puta que pariu.
- Chega desse assunto, isso não é surpresa para ninguém! - Corri até o banheiro e fechei a porta.
Ah, que merda! Como fui deixar uma coisa dessas acontecer, meu Deus! 

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