"Imagine Harry Styles - Meu Parceiro de Apartamento" Part. 15 - O próximo capítulo de nossas vidas. (Final)

AVISO: Capítulo longo.

SeuNome
O jantar na casa da tia Mary foi bem divertido se querem saber, eles me trataram como se eu fosse da família. Pude me sentir em casa.
No dia seguinte, assim que terminei as compras, fui direto pra casa. Segundo a tia Anne e Gemma, me esperariam para a caminhada matinal, então tentei não demorar pra acha-las em casa. 
_Garotas? -Pronunciei assim que abri a porta da casa.
Como não obtive resposta, deduzi que já haviam saído. Como eu estava chegando do supermercado, fui até a cozinha inserir as coisas no armário. Eu estava com as mãos completamente lotada de sacolas, mas nada que eu não conseguisse carregar. Assim que adentrei a cozinha, tive uma visão dele ali sem camiseta no balcão de costas. E devo dizer, que costas. Ele com certeza havia frequentado uma academia nesses tempos. 
Para não ter que começar um diálogo, tentei voltar para trás silenciosamente, mas meu plano foi destruído assim que uma das sacolas com enlatados caiu fazendo um estrondo encher a cozinha. Fechei os olhos fortemente e assim que voltei a abri-los, encontrei aqueles olhos atentos apenas em mim. 
_Quer ajuda? -Deixou o que fazia e foi se aproximando.
_Não, eu me viro! -Me abaixei pegando a sacola caída, mas acabei derrubando mais algumas. 
_Não se preocupe. -Chegou mais perto e se abaixou pra me ajudar. 
Enquanto ele pegava as coisas, eu observava aquela silhueta de perto. Ele não havia mudado tanto assim, talvez um pouco apenas. Não estávamos tão longe, mas perto o suficiente pra sentir o perfume um do outro.
_Você sempre foi observadora não é? -Ele disse ainda sem me olhar, mas pode apostar que aquilo me fez virar um pimentão humano.- Mas eu gosto. -Me olhou brevemente com aquele lindo sorriso familiar.
_Com licença. -Me levantei com as sacolas restantes indo até os armários e ele me seguiu. 
_Minha mãe e Gemma foram até a casa do tio Mark. -Continuava me olhando e eu tentava o evitar. 
_Não foram fazer caminhada?
_Bom... Se essa caminhada for de carro e há três horas daqui, sim. 
_Três horas? -Me assustei o olhando finalmente, mas logo depois desviei os olhos. 
_Sim, mas acho que elas voltam ainda hoje. -Senti o calor dele se aproximar de mim, sim ele estava bem próximo. 
Assim que vi que o contato estava próximo, me desviei saindo daquele canto. 
_Por que está tão assustada? -Ele perguntou confuso.
_Não estou. -Tentei enganar. 
_Está desviando o olhar e não consegue ficar parada nem por três segundos próxima de mim. -Cruzou os braços. 
_Olha... -Tentei ser mais sincera possível, e respirei fundo.- Eu... bom, apenas estou desconfortável com você sem uma camisa. 
_Você já viu muito além disso. -Ele continuou confuso. 
_Por favor, respeito. 
Eu pedia, mas a minha mente não estava se concentrando nem um pouco em relação àqueles músculos a mostra. Ele havia feito mais tatuagens, o que havia chamado muito a minha atenção. 
_Você quem sabe. -Respondeu ele com as mãos acima dos ombros, como se estivesse se rendendo.
Me virei de volta para o armário até a fruteira e peguei uma maçã a mordendo. Após isso, não hesitei em sair. Eu apenas esperava que aquilo fosse o nosso último papo, pois eu não queria torturar a mim mesma ficando no mesmo ambiente com aquela tentação.
_Aonde vai? -Ele perguntou assim que me viu saindo da cozinha.
_Lugar nenhum. -Me sentei no sofá da sala respirando fundo novamente e ligando a TV.
_Ah, ok. -Me seguiu e se sentou ao meu lado no sofá.
Ficamos em silêncio por horas, e não isso não é exagero. Apenas a TV falava, pois nenhum de nós tinha a coragem de puxar assunto. 
Eram quatro horas e as garotas não haviam voltado. Eu e Harry fomos fazer outras coisas nesse meio tempo, mas logo voltamos a nos sentar juntos no sofá como antes.
_Caramba! -Ele fez uma careta.
Apenas o olhei estranho, eu não havia entendido o porque daquela repentina expressão.
_Eu tenho que ir até a loja do George! -Falou mais pra ele do que para mim.
Ele deu um pulo no sofá e foi até o pendurador de casacos atrás da porta, pegou um casaco e o colocou. Logo após, ficou me olhando com uma expressão de quem esperava algo. 
_O que foi? -Falei finalmente incomodada com os olhares.
_Como assim "o que foi?", vamos! -Me chamou. 
_Está brincando? Está congelando lá fora! -Neguei me aconchegando ainda mais no sofá. 
_Então se vista, pois você vem comigo. -Disse convencido das próprias palavras. 
_Não, não vou. -Neguei com a cabeça.
_Olha, é o seguinte. Minha mãe é responsável por você, e se ela nao está, eu sou. Se eu te deixar sozinha em casa, minha mãe me castra. Está me entendendo? -Falou como se estivesse explicando a uma criança que coelhos da páscoa não botam ovos.
_Tenho vinte e quatro anos, não sou uma criança.
_Tenho vinte e seis e continuo responsável por você. Por favor, facilite as coisas e vai se agasalhar. 
Bufei me dando por vencida e fui. Voltei com uma blusa de frio, touca e sapato.
_Satisfeito?
_Digo um maravilhoso e glorioso sim.
_Isso foi meio gay. -Revirei os olhos e abri a porta eu mesma.
_O que disse? -Ele ergueu uma das sobrancelhas fechando a porta, mas não teve resposta.  
Chegando na loja daquele tal de George, fiquei observando os instrumentos enquanto ele conversava. Eu estava de frente com uma linda Guitarra Les Paul preta quando ouvi Harry me chamar.
_O que você quer? -Cheguei perto dele completamente entediada.
_George, essa é a princesinha do mal. -Ele riu e eu apenas revirei os olhos. 
_Prazer, sou George. -Apertamos as mãos.- Harry falou muito de você... -Ele parou de falar assim que Harry arregalou os olhos o impedindo de terminar.
_O prazer é meu. -Sorri. 
George era o típico músico barbudo, velho e com aparência de motoqueiro que mostram nos filmes antigos. Tinha a absoluta certeza de que nunca o vi, mas me parecia ter traços familiares. Pra ser sincera, por mais badboy que aparentasse, com certeza era um bom homem. 
_Agora pode me dizer o que viemos fazer aqui? -Eu disse assim que saímos da loja. 
_Apenas vim pagar uma dívida, nada de mais. -Colocou as mãos nos bolsos da calça olhando pro chão enquanto caminhávamos.
_Hum... -Olhei pra ruas cobertas de neve.- Mas e aquela história de você falar de mim pro George? -Ri olhando pra ele que se envergonhava.
_Ah, foi só uma vez... -Riu baixo.
Quando eu ia puxar um outro assunto, o celular dele apitou. Olhei pra ele e vi que ele parecia já saber do que se tratava.

Harry
Assim que saímos da loja do George, eu e ela começamos a nos falar. Pra ser sincero, eu estava feliz pelo fato de estarmos nos falando. Juro que no momento em que cheguei aqui, eu não esperava que ela fosse realmente conseguir conviver comigo novamente, mas pelo jeito eu havia me enganado. Enquanto ela me questionava sobre as palavras de George que me constrangeram muito, o celular tocou avisando mensagem. Como eu sabia que se eu lesse iria ficar surpreso, resolvi não abrir ali. Até porque eu não saberia mentir pra ela caso perguntasse sobre.
_O que foi? 
_É só um e-mail. 
Acabou que quando vi, não era nada.
_Ah, certo. 
_George é o pai de Jake. -Ri e mudei de assunto, claro.
_Serio? -Me olhou surpresa.- Por isso as semelhanças.
_Isso porque você não conheceu a mãe dele. Idênticos. 
_Ual. -Riu.
Chegamos em casa e a noite já tomava conta do céu.
_Como assim não chegaram? -Ela disse estranhando. 
_Mas chegaram. -Apontei para o pendurador de casacos.- Aquele é o casaco da minha mãe. 
_Provavelmente estão mortas de cansaço e já foram dormir. -Respirou fundo. 
Ainda estava um pouco cedo, então nos sentamos no sofá com luzes apagadas e televisão ligada. 
_Como vai Sam? -Perguntei. 
_Sammy está um lindo rapaz, o meu bebezão. -Sorriu. 
_Eu sinto falta do meu filho. -Ri pouco. 
_Ele também sente muito a sua falta. 
_Considerando que já faz muito tempo que não o vejo, eu duvido. 
_Você quem adotou ele, claro que ele se lembra. 
_Se você diz. -Sorri olhando pro chão.
Ficamos em silêncio por mais algum tempo.
_E a Angel, como ela está? -Perguntou olhando para o teto.
_Não falo com ela desde que você foi embora. -A olhei, era verdade.
_Hum...
Aquilo estava virando um momento mais do que constrangedor e desconfortável, me sentia um pouco culpado também.
_O que acha de irmos até um bom restaurante amanhã a noite? -O que eu tinha a perder, o máximo era ela dizer não.
_Ah, não sei.
_Eu prometo, vai ser divertido.
_Já ouvi isso antes e no fim acabamos brigando. -Ela disse olhando para o chão.
_Eu juro que dessa vez pode confiar em mim, não vou te decepcionar.
_Se é assim, por mim tudo bem. -Sorriu.
No dia seguinte, logo de manhã, fui até o tal lugar sozinho pra fazer reservas. Eu poderia ter ligado, mas resolvi ir até lá. Assim que cheguei, vi que o lugar estava sendo enfeitado com balões por toda parte. Fui até o balcão e não havia ninguém. Aquele lugar estava cheio de decoradores, por todos os lados havia alguém trabalhando. Respirei fundo, então caminhei até a porta. Pouco antes de eu sair, ouvi uma voz chamar o meu nome e me virei.
_Oi! -Ela disse animada assim que nos aproximamos.
_Oh meu Deus, é você? -Perguntei completamente surpreso.

SeuNome
Assim que acordei, ouvi conversas no andar de baixo. Depois de escovar os dentes, desci e encontrei Anne na cozinha.
_Bom dia, querida. -Sorriu assim que me viu.
_Bom dia. -Olhei em volta e não vi ninguém.- Com quem estava falando?
_Ah, Gemma.
_E onde ela está? -Olhei novamente para os lados.
_Em Londres, estávamos no telefone. 
_Ah, ok. -Me sentei no balcão. 
_Chegaram tarde ontem. -Me olhou com um pouco de malícia. 
_Estávamos na loja do pai do Jake.
_Então passaram um tempo juntos. -Disse impressionada.- Conversaram bastante? 
_Não muito. Olhe dona Anne, não se anime demais, não quero te ver chateada.
_Ok. -Deu ombros.- Mas a esperança é a última que morre. -Sorriu.
_Você não tem jeito.
_Preciso de netos. -Riu.- Quero netos pra mimar, você não sabe o quanto.
_Mesmo se desse certo, isso não aconteceria tão cedo. -Falei enquanto despejava um suco de laranja no meu copo.
_Pois eu duvido que não. Harry nunca me poupou de detalhes quando vocês ainda moravam juntos. 
Foi instantâneo, minhas bochechas esquentaram, meus olhos se arregalaram e minhas sobrancelhas se arquearam ainda mais. 
_Não se preocupe, não contei nada a sua mãe. -Me olhou.- Não precisa se envergonhar, acontece. -Riu.
Assim que ela terminou a fala, ouvi a porta se abrir e Harry apareceu todo sorridente na cozinha. 
_Viu um passarinho azul? -Anne perguntou enquanto eu me recuperava. 
_Quase isso, encontrei alguém. -Outro sorriso brotou de seus lábios me fazendo estranhar. 
_Ah. -Anne se virou e saiu da cozinha. 
Porque ela saiu? E porque ele está tão sorridente assim. 
_Tenho uma surpresa pra você, vamos encontrar alguém hoje. 
_Um encontro a três? -Levantei uma das sobrancelhas. 
_Sim. -Continuou sorrindo. 
_Então eu não vou, ficou maluco? Não vou ficar igual uma tonta dividindo atenção. -Percebi ele me olhar convencido.- Não que eu me importe em... em ter atenção completa, só não quero... -Falei um pouco enrolada.- Esquece. -Me levantei. 
_Ei, dá uma chance pra ela. -Segurou no meu braço me causando arrepios discretos.- Ela quer te ver. 
_E eu lá conheço essa garota? Claro que não! -Falei ficando um pouco brava.
_Eu já disse, você vai mesmo gostar. -Riu, ele estava adorando me ver naquele estado de """ciúmes""".
_Eu juro que se você fizer alguma merda, eu vou embora e você nunca mais fala comigo. -Apelei. 
_Não se preocupe, não vai acontecer. Sairemos as sete. 
Me soltei de seu braço e fui para os fundos. Antes de eu me direcionar ao jardim,  meu celular tocou. 

Alo?
Oi!
Jen? -Falei surpresa. 
Quem mais seria?! -Riu.
Advinha onde estou? 
Holmes Chapel. 
Como sabe?
Alguém me contou. E era pra ser uma surpresa, mas eu não pude esperar e vim te ver. 
Oh meu Deus, e cadê você? 
Acabei de chegar na casa da Anne. -Riu.

Mal terminou de falar e eu fui pra frente da casa encontrar ela. 
_Olá sua apressada! -Disse assim que pulei nela.
_Que saudades sua idiota! 
_Eu sei, você me ama. -Riu.
_É, eu amo. -A soltei.
_Não quero acabar com toda essa sua empolgação, mas vou embora as cinco horas. 
_Então vamos aproveitar esse tempo. Aonde podemos ir?
_Vamos almoçar em um restaurante, vi um quando estava vindo pra cá.
_Ótima ideia.
_Você não vai assim, vai? -Apontou pra minha roupa.
Assim que me auto avaliei, pude perceber que eu ainda vestia o meu pijama.
_Oh meu Deus, por isso os vizinhos estão me olhando. -Entrei pra dentro a puxando junto.
_Está esfriando e começando a nevar, então por favor, coloque uma roupa bem quente.
_Ok, mamãe. -Ri.
Não demorei muito a me trocar. Assim que desci, Jen estava sentada no sofá olhando para o nada, então logo percebeu minha presença.
_Agora vamos. -Se levantou chegando mais perto.- Você se arruma tanto que parece que está indo ao... -Parou de falar assim que viu Harry sair da cozinha e aparecer na sala.
_Oi Jenna. -Acenou pra ela.- Aonde vão? -Se sentou no sofá.
Ela arregalou os olhos completamente surpresa, não parecia acreditar que ele estava ali.
_Vamos até um restaurante. -Respondi.
_Preciso que ela esteja aqui antes das seis, ouviu? Não podemos nos atrasar para o nosso encontro. -Falou diretamente com Jenna que continuava estática.
_Não se preocupe, voltamos antes das três. -Puxei ela pra fora.
Estávamos andando, mas ela continuava calada. Nunca vi Jenna tão quieta, muito menos desse jeito, surpresa e sem palavras.
_Já pode falar, sabia? -A cutuquei.
_Eu deixo de te ligar por alguns dias e você já tem um encontro marcado com o cara que deixou há três anos atrás...
_Não é um encontro, apenas vamos sair juntos.
_Isso geralmente se chama encontro.
_Ah, cala a boca. -Ri.
Chegamos no restaurante e pegamos uma mesa no centro do lugar. Não estava cheio nem vazio, mas tinha um número considerada de pessoas ali. Pedidos aqui, outros ali. Conversa vai, conversa vem, até que ela me obriga a revelar o que a estava deixando curiosa. 
_Abre logo o jogo, o que tá rolando entre você e ele?
_Absolutamente nada. 
_E quando é que vocês planejaram se encontrariam?
_Ninguém planejou nada. Gemma me convidou pra passar o natal com ela e eu vim. Então de repente, ele simplesmente apareceu. Fim da história.   
_Ual, você provavelmente surtou no primeiro minuto.
_Você não faz ideia. -Ri pouco. 
_Sinto a sua falta em Nova York. 
_Ainda não voltou pra Irlanda? 
_Daqui há um mês, eu volto de verdade. 
_Boa sorte. 
_Obrigada. 
Tivemos um almoço maravilhoso, mas a hora estava passando. Ficamos até as três e meia e quando voltamos, ela teria que se despedir novamente. Estávamos de baixo da neve, na frente da casa de Anne. 
_Faltam dois dias para o natal, novamente iremos nos separar de novo. Mas não se preocupe, vamos passar muitos natais juntas, eu prometo. 
_Acho bom cumprir essa promessa. Não se esqueça de me apresentar o Tom da próxima vez. -Sim, ela tinha um namorado. 
_Ok, até mais. -Riu, me abraçou e foi.
Entrei, respirei fundo e me joguei no sofá. Assim que senti o sono bater, apenas me deitei no sofá e cochilei.
Acordei com alguém acariciando o meu cabelo. Assim que abri os meus olhos, vi que era Harry. Vi também que ele estava abaixado do lado do sofá, me observando acordar.
_Estamos atrasados? -Levantei rapidamente assutada.
_Não, na verdade estamos bem pontuais. -Olhou para o relógio. Por instinto, também virei e vi que eram seis horas.
_Ok, eu só vou tomar um banho rápido. -Me levantei do sofá e corri escada cima.
Assim que tomei o banho, tentei me arrumar o mais rápido e acho que eu tive um bom resultado. Desci as escadas e encontrei ele ali, de pé -e lindo- me esperando. 
_Nossa. -Ele me olhou sorrindo. 
_Nossa digo eu, você está lindo. -Ri.
_Se você diz... -Riu.- Bom, podemos ir? -Estendeu o braço. 
Olhei para o seu braço curvado. Ele realmente queria que eu andasse "grudada" nele? 
_Odeio ser chata, mas eu não...
_Tudo bem. -Ele respirou fundo. 
Eu gostaria de ser legal, mas ainda não confiava completamente nele. Imagino que ele esteja se esforçando pra tentar me fazer compreendê-lo. Mas se está sendo difícil pra ele, imagine pra mim que tive que passar alguns anos me sentindo uma idiota insuficiente. Eu estou sendo realmente muito boa pra ele, comparado ao que ele foi pra mim. 
Enfim, não demoramos a sair de casa. Estávamos com o carro da mãe dele, mas logo que percebi ele estacionar, estávamos em um lugar distante.
_Se eu não te conhecesse, diria que poderia estar tentando me matar. -Ri.
_Não se preocupe, eu não vou te esfaquear e te cortar em pedacinhos. -Riu também. 
_Ah, muito obrigada. 
Saímos do carro e eu já podia sentir o vento gelado. Respirei fundo e começamos caminhar, eu ouvia uma música alta e tentava descobrir de onde vinha. Conforme nos aproximávamos, vi o restaurante e deduzi que seria ali. Estranhei por um momento, haviam decorações bonitas na entrada. Chegamos na entrada e Harry apenas disse seu próprio nome para que o rapaz nos permitisse entrar. 
_Eu adoraria uma explicação, porque isso não parece um jantar. -Olhei seria pra ele.- Isso é uma festa de... -Eu mesma me interrompi olhando para um mural com uma grande foto de uma garota. Espera, essa não é a... 
_SeuNome! -Me virei ao ouvir aquela voz me chamar. 
_Cloe! -Me surpreendi sorrindo. 
Cloe correu em minha direção e logo me abraçou. Ela estava enorme e mais bonita do que costumava ser. 
_Oh meu Deus, você está enorme! Como veio parar aqui em Holmes Chapel?
_Minha mãe disse que nasci aqui e fomos morar em Nova York. Mas voltamos por causa da vovó 
_Ual. -Ri.- Não acredito que ainda se lembre de mim, já fazem quatro anos. 
_É. -Riu.- Eu só me lembrei melhor quando vi Harry mais cedo. Foi o nosso segredo. -Ela riu novamente e piscou para Harry fazendo um hi-five logo em seguida. 
_Vocês não têm jeito, sempre me fazendo surpresas. Mas então parece que a minha princesinha está fazendo aniversário! Quantos anos meu amor? 
_Nove! -Respondeu animada.- Bom, tenho que ir. Mamãe vai ficar louca se eu desaparecer! -Riu e saiu.
Eu e Harry fomos para uma mesa e logo que nos sentamos, eu o olhei.
_Vocês continuam malucos mesmo depois de anos.
_Mas eu sei que adorou a surpresa.
_Isso é verdade. 
_Mas também sentiu muito ciúmes quando soube que teríamos um "encontro à três".
_Claro que não. -Levantei uma das sobrancelhas. 
_Não adianta, você ficou louca. Estava morrendo de ciúmes! -Riu.
_Que tal calar a boca? -Respirei fundo.- Por acaso você trouxe o presente dela? Não sei se notou, mas é uma festa de aniversário.
_Claro. -Continuou rindo pois eu mudei de assunto.- Está no carro. 
Depois que ele disse, não nos falamos mais. Eu ficava observando uns garotos jogarem Just Dance. É, eles dançavam bem. 
_Sei o que está tentando fazer. -Ouvi Harry dizer e apenas me virei pra ele sem entender. 
_O que? 
_Tá olhando aqueles caras pra me deixar bravo. Sinto muito, não sou ciumento como antes. 
_Larga de ser convencido, só acho que eles estão dançando muito bem. -Revirei os olhos.- Mas quer saber, vamos lá. 
Peguei a mão dele e puxei em direção ao jogo de dança. Ele negava a todo instante dizendo que não sabia dançar, mas não foi o suficiente pra me impedir de puxá-lo. Assim que chegamos lá, pedi que nos dessem uma chance e logo eles concederam.
Não faço ideia de qual música dançávamos, mas posso dizer que foi divertido. Dávamos passos desajeitados tanto por não sermos bons dançarinos quanto por não conhecermos a música. Era divertido estar ali com ele, fazendo algo tão simples mas que da mesma forma nos deixava felizes.
_Foi divertido. -Ele sorriu assim que saímos e demos lugar para outras pessoas dançarem.
_Muito divertido. -Ri.- Nós somos péssimos dançarinos. 
_Nisso eu concordo, fomos horríveis. -Riu também. 
Sentamos na nossa mesa eu ficava observando as decoração da festa dela. Pelo que percebi, Cloe não era como as outras meninas de nove anos que gostavam de enfeites rosa, ela gostava de azul. 
_O que comprou pra ela? -Perguntei a ele. 
_É surpresa. -Riu
_Ela quem está fazendo aniversário,  a surpresa não é pra mim. -Dei um tapa no braço dele.- Diz! 
_Ok, eu comprei aquela boneca da monster high, ou seja lá o que aquilo for.
_Nossa, conseguiu escolher isso sem a minha excelente e inteligente ajuda? Meus parabéns! -Falei impressionada.
_Agradeço. 
Nos calamos e eu continuei olhando em volta. Eu não conhecia ninguém ali, eu era uma completa estranha para cada um deles. Estávamos quietos no nosso canto, até que vi Cloe aparecer em minha frente. 
_Ai que susto! -Ri.
_Oi de novo, vovó quer te conhecer. -Me puxou.- E você fique aí. -Apontou para Harry. 
_Ok, estressadinha. -Falou ele rindo.
Percebi ela me puxar para o fundo do restaurante. 
_O que está acontecendo? -Ela me olhou mandona.
_Cadê a sua vó? -Olhei para os lados confusa. 
_Não acredito que não estão juntos! -Disse completamente surpresa. 
_O que? -Estranhei. 
_Você e Harry! Como vocês não estão juntos? 
_Somos amigos, dona mandona.
_Amigos? Não com ele te olhando daquele jeito. 
_Você ficou completamente maluca. -Ri.- Ele não estava olhando. 
_Não foi o que eu reparei. Vovó disse que pra saber se alguém te ama mesmo,  é só olhar nos olhos. 
_Isso é verdade. -Vi uma senhora se aproximar de nós.- Prazer, sou Elizabeth. 
_Oi, o prazer é meu. -Sorri. 
_Você veio com o rapaz dos olhos verdes, estou certa? -Perguntou. 
_Sim. -Estranhei. 
_Vale a pena investir nele. Cloe tem razão, os olhos dele não sabem mentir. 
_Vovó, ela é a (SeuNome). 
_Ah, a moça do apartamento. É, com certeza vale a pena. -Sorriu simpaticamente. 
_Vocês não estão entendendo, somos apenas...
_Amigos? -Vovó disse.- Disso eu duvido. Aposto que o rapaz não pensa da mesma forma. 
_Ok, vou voltar pra minha mesa. -Ri.
Aquelas duas estavam completamente loucas. Já faz tempo, os sentimentos mudaram, nós amadurecemos. O máximo que podemos chegar a sentir é um sentimento de irmão. A reação que eu tive no começo da semana quando ele chegou foi apenas um pequeno descontrole emocional, agora estou bem melhor. 
_Voltei. -Sorri pra ele.
Vi que ele havia guardado o celular, estava um pouco mexido. 
_O que foi? 
_Nada. -Sorriu. 
_Ok. -Dei ombros. Claro que eu não havia acreditado, mas não queria atormentá-lo.
Depois de um tempo, cantaram os parabéns, entregamos o presente a ela e fomos tirar as fotos. 
_Adorei as fotos, de verdade. -Falei para ele. Estávamos indo embora, a neve estava fraca. 
_Podemos pedir uma cópia pra ela. -Sorriu, mas eu sentia que ele estava estranho.
Estávamos próximos do carro, então peguei meu celular. Comecei e responder algumas mensagens de Jen enquanto esperava ele abrir o carro. Algumas mensagens eram engraçadas, obviamente ela estava curiosa para saber sobre o "encontro". Ri e comecei a responder. 

"Jen, não se iluda. Ele apenas me trouxe ao aniversário daquele garotinha, a Cloe. Não aconteceu nada, absolutamente NADA!"

Assim que o meu dedo iria apertar o botão enviar, senti ele segurar o meu braço e me puxar. Claro me assustei, foi uma atitude inesperada pra mim. O olhei confusa, mas mesmo assim ele portava um sorriso fraco no rosto. Ele largou meus braços e levou as mãos até a minha cintura.
_Harr... -Tentei dizer. 
_Shh... -Fechou os olhos e respirou fundo.- Olha, eu tentei. Juro que tentei me segurar ao máximo durante esses poucos dias mas não dá. Quando eu te vi na ponta da escada toda assustada por minha causa, eu já sabia que cedo ou tarde estaríamos aqui de novo, como sempre a poucos centímetros. 
_Harry, entenda. -Coloquei a mão em seu peito o afastando de mim.- Não somos como antes, eu sou outra pessoa agora. Eu odeio voltar até o passado, mas você sabe o que fez...
_Eu também não sou mais o mesmo. 
_A questão é que... eu não confio mais em você. -Respirei fundo.
_Você tinha todo esse direito, só que há quatro anos atrás. Eu juro, dessa vez é sério. 
_Me desculpa, mas 'eu te amo', qualquer um pode dizer. 
_Você sabe que eu não sou qualquer um.
_Vamos pra casa, por favor. -Pedi olhando pra baixo. 
_(SeuNome)...
_Por favor. -Repeti.
Ele respirou fundo e então abriu o carro. Durante o trajeto, eu dava leves olhadas pra ele. Claro, sua expressão estava completamente murcha. O brilho dos seus olhos não estavam mais lá, o sorriso havia desaparecido. Ele tinha que entender que o nosso tempo havia passado, se encerrado. Eu não voltaria atrás, por mais que quisesse. 
Assim que chegamos em casa, percebemos a ausência de Anne. Acendemos as luzes, ele subiu e eu fiquei na sala. Não estava assistindo nem nada, apenas pensando. Passados longos quinze minutos, ouvi passos descerem a escada.
_Você está sendo completamente injusta. -Parou em frente ao sofá. 
_O que?
_Você beijou o Chris na minha frente, dormiu com o Dallas, teve a ousadia de transar com David e tem a coragem de me julgar por beijar a Angel? Não queria dizer, mas você foi uma completa vagabunda.
Quando ele disse aquela última palavra, o meu sangue ferveu e as minhas sobrancelhas se arcaram.
_Retire o que disse. -Levantei completamente pasma e irritada. 
_Nunca, você realmente foi uma vagabunda. 
_É melhor você retirar o que você disse, eu não estou brincando.
_E perder a razão? Nunca.
_Você quem foi o cafajeste da história, nós estávamos namorando!
_Namorando? Aquilo era apenas sexo sem compromisso. 
_Como ousa? -Cerrei os olhos.- Você é um otário.
_Você é uma vadia. -Cruzou os braços.
Minha mão foi fortemente de encontro ao seu rosto, aquilo eu nunca aturaria.
_Como você tem coragem de me chamar desse jeito?! -Gritei.
_Eu nunca viveria aquilo de novo com você! Você foi a pior parceira que poderia existir! -Gritou mais alto por estar irritado com o tapa. 
_Eu só seria uma vagabunda se eu tivesse sido a sua namoradinha meia boca, a "linda" Lola.
_Chega! -Se aproximou de mim agressivamente. 
_O que foi?! Vai me bater? Bate! -Me aproximei dele também.- Não se preocupe, o ódio que eu sinto por você é impossível de aumentar. Você não me odeia? Vai, pode bater. -Dei leves tapas em meu rosto o mostrando onde poderia atingir.
Vi ele se surpreender com as minhas palavras. 
_Eu não disse que te odiava, não vou bater em você. -Começou a repensar nas coisas que havia dito. 
_Ah, então você tem coragem pra me chamar de vadia mas é covarde pra me bater? -Cheguei o mais perto que consegui de seu rosto e falei.- Ser chamada de vadia, é pior que um tapa na cara. Se você acha que conhece tanto as mulheres, deveria ao menos saber disso.
Ele ficou me olhando, parecia ter caído sua fixa das merdas que havia dito.
_Me desculpa. Eu... 
_Me esquece. Quer saber, eu não vou ser humilhada. -Sai dali completamente magoada.
Antes de eu chegar na escada, ele me puxou.
_SAI! -Me soltei.- Eu vou sair da sua vida, não se preocupa. A vadia aqui não quer mais ser humilhada, com licença. -Subi.

Harry
Eu havia pisado feio na bola. Não era a minha intenção ofendê-la, eu só queria que ela entendesse o meu lado. Mas parece que eu não foi o que eu fiz. Ela havia sido forte, aguentado todos aqueles insultos. 
_Você a chamou de vadia, seu idiota. -Dei um tapa em minha cabeça. 
Eu estava decidido, eu não iria deixar ela ir embora. Eu iria concertar aquilo, eu não me sentiria digno se dormisse sabendo que a ofendi de algo que ela não é. respirei fundo e subi as escadas completamente temeroso. Cheguei na porta dela que estava encostada, mas antes de abrir, ouvi algo que eu raramente havia presenciado. Ela estava chorando. 
_Vadia, ele disse vadia. -Ouvi ela cochichar enquanto chorava. 
Como ela estava na sacada do quarto, não podia ver muita coisa dentro do quarto. Abri a porta lentamente e fui até ela bem devagar.
_Me desculpe. -Falei baixo, eu me sentia horrível. 
_Se você ainda tem um pouquinho de dignidade, saia daqui. -Ela disse sem me olhar, não queria que eu a visse chorar. 
_Quando você foi embora, eu admito que chorei. -Fiquei ao lado dela, ela observava o céu e eu olhava o seu rosto molhado por lágrimas.- Quando eu sinto a sua falta, durmo no seu quarto. Só aí consigo imaginar que você está por perto. O meu maior medo, é que você se case com outro cara e se esqueça de mim. Antes de você ter voltado pra pegar suas coisas, peguei a nossa foto com Sam e hoje ela fica na mesa do meu escritório. Depois daquela vez que você comentou sobre o bumbum daquele atendente do McDonald's, voltei lá pra me certificar de que ele era gay. Tenho medo de não conseguir fazer você feliz...
_O que você pretende com isso? -Falou com a voz embargada.- Sabe que tudo isso que está falando não vale de nada pra mim? Você disse que não tínhamos um compromisso, era apenas sexo.
_Não acredite naquilo, pra mim foi muito mais que isso. 
_Eu duvido que algo além de sexo te chame a atenção. Você deveria se envergonhar de ser tão cretino, eu não quero nada com você. Aliás, eu já te esqueci há muito tempo. 
_Sua mãe me contou tudo. -Abaixei a cabeça, estava na hora de contar.
_O que? -Ela disse surpresa. 
_Por que nunca me ligou pra dizer que teve uma crise e ficou internada por dois meses? 
_Porque você não tinha mais nada a ver com isso. 
_Você entrou em depressão por minha causa, como isso não foi motivo o suficiente para me ligar?!
_Não quero falar sobre isso.
_Tem noção de como isso é sério?
_Claro que eu tenho, fui eu quem passei meses chorando por um idiota que nem se importava. -Falou as lágrimas vieram junto.com mais intensidade.
_Tentei ligar pra você todos os dias.
_Isso não importa mais, isso é passado. Eu não dependo e nem preciso mais de você.
_É o que eu pretendo descobrir...
_Ahn? -Me olhou um pouco confusa.
Enquanto ela me observava com aqueles olhos brilhantes e tristes, eu tentava arrumar um pouco de coragem. Ela estava tão desmotivada, eu realmente não sabia se era o certo a se fazer. 
_Você pode não dar valor ou muito menos acreditar, mas eu ainda te amo (SeuNome).
_Tem razão, eu não acredito. Agora sai daqui. -Fechou os olhos.
Respirei fundo, eu não iria mais importuná-la.
_Você vai embora? -Me lembrei de perguntar.
_Só porque você foi cretino, eu deveria. Mas não pretendo estragar o natal da sua mãe por causa de uma idiotice sua.
_Ok. -Me virei.
Claro que eu estava triste, pois além de magoar o coração dela eu ainda fiz o favor de ser o culpado dela ser fria comigo. Saí do quarto, fui pra sala e vi que minha mãe e Gemma estava chegando.
_Oi. -Disseram juntas.
_Oi. -Falei desanimado.
_Que cara é essa? -Minha mãe me olhou.
_Nada. Bom, eu vou dormir. -Antes de ouvir o palpite delas, subi e fui para o quarto de hóspedes em que eu estava dormindo.
Após trocar de roupa, me deitei e fiquei olhando para o teto apenas pensando. E caramba, tinha tudo pra dar certo, mas como sempre, eu fui tolo. Claro, não mencionei, mas hoje mais cedo eu descobri quem era o secreto enviador dos e-mails.

FlashBack
Estávamos na festa de Cloe. Quando a pequena arrastou (SeuNome) pra outro lado do salão, o meu celular vibrou. Vi a notificação de e-mail, respirei fundo e abri.

"Olá. Eu queria dizer que para a sua felicidade, esse é o ultimo e-mail que eu te envio. Eu prometi isso a mim mesma. Sim, sou uma mulher. Eu apenas queria tentar te ajudar da melhor forma anonimamente e espero ter conseguido. Sua mãe me ligava inúmeras vezes dizendo sobre você e o estado em que você se encontrava durantes esses anos e eu me preocupei. Apesar da minha garotinha não estar tão diferente. No primeiro ano em que ela voltou a morar aqui comigo, ela teve uma fase difícil. Teve uma recaída e por conta de uma depressão ficou internada por dois meses pela mal alimentação. Insisti varias vezes pra que ela te ligasse, mas ela sempre negava e dizia que não dependia de você pra nada. Sempre que eu a questionava sobre a grande foto de vocês no quarto dela, ela dizia que apenas não queria deixar Sam se esquecer de você, mas nunca acreditei. A minha unica finalidade era que vocês se entendessem e é o que eu espero até hoje.

Com amor, mesmo que já saiba, (NomeSuaMãe)."
Flashback Off
Pra ser sincero, aquele e-mail havia me tocado. Eu também não estava bem durante aqueles anos, mas não esperava que ela estivesse pior. Sempre achei que ela havia dado a volta por cima, encontrado alguém e começado uma nova vida. Porém, o que percebi é que estávamos no mesmo barco. Depois de passar um longo tempo pensando, resolvi dormir. Amanhã seria a véspera de Natal e eu precisava estar bem.
No dia seguinte, assim que acordei, desci e percebi que Gemma e (SeuNome) faziam o café da manhã.
_Bom dia. -Cocei os olhos enquanto ia em direção a cozinha.
_Bom dia. -Gemma sorriu pra mim.
Olhei pra (SeuNome) esperando que ela dissesse o mesmo, mas ela apenas continuou fazendo o seu suco. Respirei fundo e voltei a olhar Gemma.
_Onde está a mamãe? -Perguntei.
_Saiu pra comprar os presentes.
_Ótimo, então eu vou dar uma volta por aí. -Dei as costas.
_Ok. Mas não vai comer nada?
_Não obrigado. Eu passo em algum café no caminho. -Sorri fraco e saí da cozinha.
Apenas fui até o meu quarto me arrumar e logo saí pra fazer as compras. Pra falar a verdade, eu não estava afim de passar o natal em casa. Estava me parecendo estranho, até porque depois de praticamente passar todos os natais em bares, acabei me acostumando.

SeuNome
Assim que Harry saiu de casa, vi Gemma me olhar como se esperasse uma explicação.
_O que foi? -Perguntei a ela.
_Vocês dois nunca se acertam. -Ela disse deixando o que fazia pra conversar comigo.- Uma hora estão sendo super amigos e na outra nem se cumprimentam. Qual é o problema dessa vez?
_Ele é o problema dessa vez. Foi completamente ignorante e me disse coisas que eu não gostaria de lembrar.
_Tá, mas o que custa vocês se acertarem? Logo você vai embora e mais uma vez vocês irão estar brigados e distantes.
_Gemma, pode esquecer. -Peguei o meu suco e fui para a sala.
_Tá, parei! Não falo mais sobre isso, ok? -Me seguiu.
_Perfeito. -Me sentei no sofá.
_Daqui a pouco, preciso que vá comigo pra acabarmos mais rápido. -Se sentou comigo. 
_O que? -Olhei pra ela confusa, aquilo não tinha nem pé nem cabeça.
_Enfeitar a casa pra receber todo mundo. -Disse, porém a olhei mais confusa ainda.- Minha mãe não disse nada? 
_Não. -Neguei. 
_Hoje a gente vai receber uma dúzia de pessoas em casa, então ela pediu pra que você me ajudasse nos enfeites. Poxa, ela disse que se lembraria... 
_Não, por mim sem problemas.
_Ah, ok. -Sorriu animada. 
Ri, ela era bem divertida. 
_Sabe, por mais que você seja mais velha que Harry, pra mim sempre vai parecer mais jovem. 
_E é por isso que eu gosto tanto de você! -Me abraçou. 
Assim que acabamos o café, começamos o enfeite da casa. Admito, foi bem complicado e cansativo. Estávamos debaixo da neve e ainda por cima tentávamos decorar por fora uma casa gigantesca de dois andares. Quando terminamos, lê-se terminamos de sofrer, já estava no fim da tarde e fizemos um excelente trabalho.
_Devíamos ser contratadas. -Estávamos na calçada olhando a casa.
_Concordo. -Eu disse a ela.
_Vem, vamos nos arrumar. -Me puxou.- Daqui a pouco as pessoas vão chegar.
_Ok.
Quando entramos, Gemma subiu diretamente para o seu quarto e assim que eu iria fazer o mesmo, ouvi Anne nervosa na cozinha. Estranhei e resolvi ir até lá para ver o que ocorria com ela.
_Está tudo bem por aqui? -Entrei na cozinha.
_Bom, não... -Ela respirou fundo após desligar o celular.- Harry ainda não chegou.
_Aonde ele está? -Estranhei.
_Em um bar. -Ela revirou os olhos.
_Bar? Mas já são quase oito horas, ele ficou doido?
_Se ele não chegar aqui em trinta minutos, eu juro que vou enlouquecer.
_Mas o que ele está fazendo em um bar?
_Se "divertindo". -Ela disse nervosa.- Ele realmente prefere passar o natal rodeado de gente vazia do que passar com a própria família. -Respirou fundo novamente, ela estava muito chateada.
_Se acalma, eu só vou trocar de roupa e vou atrás dele.
_Não, não precisa. -Ela sorriu fraco.
_Mas eu vou. -Olhei pra ela.
Vi um sorriso sincero brotar em seu rosto e logo subi para me trocar. Há muito tempo ela sentia a falta dele, ele é o caçula, o bebê dela. Ele não podia fazer isso com ela, ela apenas queria passar uma data especial com o filho. 
Assim que me troquei, sai de casa pra ir atrás dele. Pelo pouco que eu sabia, só existiam dois bares abertos aquela hora. Se eu desse sorte, provavelmente o acharia no primeiro. Respirei cansada assim que parei em frente a primeira opção. 
_Que lugar repugnante, não é possível que ele esteja aqui. -Olhei aquele lugar estranho e cheio de mulheres.- Mas e claro que ele está. 
Bufei e entrei. Assim que coloquei os pés para dentro, recebi olhares de várias pessoas. Talvez estavam me estranhando por não estar tão bêbada quanto eles. Enquanto eu andava e meus olhos procuravam por um sem noção, avistei logo de cara uma briga inútil de bêbados.
_Clássico. -Revirei os olhos. Por favor, que bar nunca teve dois caras se ofendendo da forma mais tosca e ridícula possível? Aquilo nunca daria em nada, provavelmente se acertariam depois de alguns segundos. 
Novamente, voltei a procurar por Harry. Eu já estava começando a desistir. Aquele bar era pequeno, mas estava muito bem frequentado. Eu nunca o acharia no meio de tanta gente, então resolvi ir até a segunda e última opção. Eu estava saindo de perto dos balcões onde se pediam as bebidas, mas ouvi uma voz conhecida pedindo mais uma dose de algo que não pude entender. Olhei para trás e vi ele sentado no bar. Respirei fundo e fui até ele. 
_Está curtindo bastante? -Parei em sua frente com os braços cruzados.
_Oi. -Se surpreendeu, mas estava desanimado.- O que faz aqui?
_Vim buscar você, sua mãe está surtando.
_Pode esquecer, eu não vou. -Disse pegando a bebida que havia pedido.
_É a sua mãe! Ela sente a sua falta seu idiota, ela quer passar um tempo com você! Larga de ser ignorante! -Claro, eu nunca deixaria a grosseria de lado. 
_Eu sei, mas não vou. -Tomou um pouco da bebida e saiu andando em direção à uma mesa.
Bufei e fui atrás dele.
_Por que? -O segurei, então ele se virou pra mim.
_Lola. -Respirou fundo e me olhou. 
_O que tem ela? -Estranhei. 
_No telefone, minha mãe disse que os pais dela estarão no jantar. -Terminou a bebida.
_Você ainda gosta dela Harry?
_Não! -Ele me olhou com uma cara óbvia.- E você sabe muito bem disso, eu gosto de você. 
Mesmo ele dizendo aquela linda frase, por um momento, reparei nos bêbados que ainda brigavam pouco atrás de Harry. 
_Então. -Voltei a olhar pra ele.- Se você não gosta mais dela, não tem motivo pra não aparecer.
_Não é bem assim. Os pais dela fazem questão de me mandarem indiretas, nunca gostaram de mim. Sempre achavam que eu era pouco pra filha deles.
_Então prove para eles que você era e é mais do que o suficiente. Não se rebaixe, você sabe o que vale. Você é um rapaz bonito, interessante e não tem que ficar se importando com o que um par de velhos diz. -Sim, eu ainda estava irritada com ele, mas eu nunca seria capaz de deixá-lo mal propositalmente como ele fez comigo. Ele sorriu pra mim, provavelmente estava achando que eu havia o perdoado.- Não olhe assim, estou fazendo isso pela sua mãe. Ao contrário de você, não quero estragar o Natal dela. 
O sorriso do mesmo desapareceu, e com certeza eu havia o irritado. 
_Eu não quero estragar o natal dela, só não quero ver os pais de Lola! Você não sabe como eles são e tem sorte de ainda não ter os conhecido. Tente me entender pelo menos por alguns minutos, eu amo a minha mãe, não quero ela chateada... -Enquanto ele dizia, eu ainda me incomodava com aqueles bêbados, não haviam parado de discutir. Algo me parecia estranho, eles não me pareciam estar tão bêbados quanto aparentavam.- ...Para de tentar controlar as coisas, você não pode conseguir tudo o que quer. Sabe como eu sei disso? Porque eu quero você, mas sei que não posso. Você não me quer, eu não consigo mais me sentir amado por você...
Tudo foi muito rápido. Um daqueles dois lá atrás, colocou uma das mãos no bolso, e me assustei assim que vi ele tirar algo de lá. Aquilo era um revólver. Arregalei os olhos e olhei pra Harry. 
_Harry, aquele cara tem uma arma. -Eu disse baixo e desesperada.
Naquele momento ouvimos o começo dos disparos desajeitados que iam para todos os lados. Harry se virou para tentar ver o que acontecia, mas percebi ele parar bruscamente como se levasse um baque. De todos ali, eramos os unicos em pé que não corriam. Eu não entendia o que acontecia com ele, mas o meu desespero se iniciou assim que vi que ele levou sua mao até um pouco abaixo do seu ombro esquerdo. Sua respiração estava forte e descompassada, ele olhou para baixo tirando a mão do local e a encarou. Ela estava ensanguentada e tremia um pouco. Ele estava ficando fraco, mal se aguentava em pé. Havia sido baleado.
_Harry! -Gritei assustada com a voz embargada.- Oh meu Deus! 
Ele estava caindo, então rapidamente eu o segurei me sentando no chão o mantendo deitado em mim. Eu não sabia o que fazer, eu estava em estado de choque. Naquela hora, eu não conseguia ouvir nada, apenas as batidas fortes e desesperadas do meu coração. Eu olhava pra ele e vi que ele fazia caretas de dor, e aquilo estava se tornando agonizante.
_Você está bem? Foi atingida? -Ele dizia afobado mas estava rouco.
_Como consegue se... se preocupar comigo, você e-está sangrando! -Eu gaguejava surpresa.
_Se você está bem, nada mais importa. -Ele dizia com os olhos fechados.- Liga pra alguém... -Ouvi a voz dele soar fraca.
_Ok, mas pelo amor de Deus, não apaga! -Eu disse trêmula e desesperada. 
Peguei rapidamente o meu celular e liguei para o número de emergência. A minha voz mal saia, o meu desespero era tamanho. Eu não deixava de apressa-los por um minuto, porque pra mim, cada segundo contava. 
O atirador não estava mais ali dentro, mas aquilo não diminuía o meu medo. Assim que o local estava parcialmente seguro, os barmans socorriam algumas pessoas.
_Harry, não fecha o olho! -Eu pedia desesperada pela vigésima vez, ele realmente estava fraco.- Espera só mais um pouco. -Os meus olhos estavam lacrimejando. Ele parecia não me ouvir, parte do sangue do ferimento estava em mim pois escorria.- Harry, eu não vou perder você! -Gritei e me abaixei até ele o dando um beijo na testa. 
Assim que fiz, vi que a ambulância havia chegado. Vários paramédicos estavam ali e logo nos ajudaram. 
Lá estávamos nós, dentro de uma ambulância. Eles davam início aos primeiros socorros enquanto íamos para o hospital. Eu sabia que ele ainda estava consciente, mas com certeza estava sentindo uma dor insuportável. Ele estava com grande dificuldade para respirar. Estávamos próximo ao hospital, mas enquanto eu o observava, vi que ele havia esticado seu braço direito até mim. Eu não estava entendendo, mas logo compreendi quando ele segurou a minha mão fortemente. 
_Está tudo bem, eu estou aqui. -Eu disse a ele, mas apenas eu sabia o aperto que estava em meu coração. Eu ainda segurava as lágrimas que teimavam em querer descer.
_Eu sabia. -Ouvi ele dizer. 
_O que? -Falei com a voz ainda embargada sem entender.
_Eu sabia que de algum jeito, você estaria comigo nos momentos difíceis da minha vida. -Sorriu fraco com os olhos fechados.
Respirei fundo e instantaneamente, me caiu uma lágrima.
_Você foi a melhor coisa que já me aconteceu. -Passei a mão em seu cabelo.
_Igualmente. -Respondeu sorrindo. 
Os paramédicos apenas ouviam aquela cena enquanto conversávamos, mas não deixavam de o ajudar. 
Assim que chegamos, o levaram de imediato para a sala de cirurgia. Eram pouco pras onze da noite, quase natal. Não havia ninguém na sala de espera. Apenas eu estava ali, eu e algumas recepcionistas. Anne com certeza estava preocupada, eu tinha que ligar pra Anne e ao mesmo tempo manter a calma. Eu estava sendo muito forte, pois nunca passei por algo assim sem me descabelar. Eu queria, mas sabia que não devia. 

Alo?
Anne? -Fechei os olhos.
Sim, oi! Está com ele? 
Mais ou menos. -Minha voz embargou.
O que está aconteceu? -Ela disse preocupada notando meu tom.
Respirei fundo. 
Eu e Harry estávamos no bar, mas por um acidente, acabamos vindo para o hospital. -Meus olhos continuavam fechados.
Vocês estão bem? -Seu tom de preocupação aumentou.
Ele foi baleado, Anne. -Senti uma lágrima descer. 
O que?! Harry? -Sua voz comecou a ficar trêmula.- Como isso aconteceu?! -Ouvi o início de seu choro. 
Se acalma, ele está na sala cirúrgica agora. -Coloquei uma das mãos na cabeça. 
Eu vou para aí agora! -Disse afobada e desligou. 

Encostei minha cabeça na parede atrás da cadeira aonde eu estava sentada E respirei profundamente. Ainda com os olhos fechados, coloquei as mãos no rosto e senti as lágrimas descerem sem parar. Eu queria vê-lo, queria notícias, queria ele comigo. Foi ali mesmo que eu comecei a pensar em tudo, em todos os nossos diálogos, nas nossas brincadeiras sem graça, nas nossas brigas, na nossa vida. Ele era alguém importante pra mim, e sempre seria. Talvez pela discussão que tivemos eu o queria longe, mas depois de tudo isso, o que eu mais queria era estar ao lado dele. Eu nunca gostei do ambiente de um hospital, mas gostava menos ainda de ficar ali sozinha esperando a notícia de alguém.
_Que droga, ele não podia ter ficado em casa hoje?! -A minha voz ecoou pelo lugar vazio. Eu ainda chorava, estava uma grande pilha de nervos.- Merda!
Eu permanecia de olhos fechados, eu não estava bem. Parecia que algo havia sido arrancado de mim, eu estava arrependida.
Eu sabia que aquele tipo de cirurgia era bem preocupante e demorada. Também não conseguia parar de escutar a voz daquele médico dizendo sobre os procedimentos assim que Harry deu entrada: "Pra ser sincero, eu não sei dizer aonde iremos chegar com isso. Ele foi baleado em um lugar perigoso, pouco acima do peito esquerdo. Teremos muitas complicações se a bala atingiu uma artéria importante. Aí teremos com o que nos preocupar, pois pode causar uma seria hemorragia. Não tenho motivos pra esconder de você, é uma situação delicada e ele corre riscos."
Claro que aquilo havia me desesperado, eu estava realmente com medo de perdê-lo.
_Como ele está? -Vi Anne correr em direção a mim.
_Eu não sei, até agora não vieram me comunicar. -Me levantei a abraçando.
Provavelmente ela havia chorado durante o caminho, pois seus olhos estavam vermelhos. Claro, eu não estava diferente. Com certeza os meus olhos estavam tão inchados quanto os dela. Quando nos sentamos, tentei explicar a ela com calma o que havia acontecido e o que o médico havia dito. Ela também não estava bem e a cada três minutos ela voltava a chorar.
_Se acalma, ele vai ficar bem. -A abracei de lado. Eu dizia aquilo a ela, mas eu mesma me sentia desesperada e aflita.
Foram apenas algumas horas ali, mas parecia uma eternidade. Quando eu vi o mesmo médico com o uniforme azul, me levantei rapidamente e fui até ele. Anne me seguiu apressada e paramos na frente dele.
_A Senhora também é responsável por Harry Edward Styles? -Olhou em uma prancheta e depois para Anne.
_Sim. -Ela respirou fundo. 
_Bom, eu gostaria de conversar com vocês. Podem me acompanhar?
_Claro. -Respondi ainda mais nervosa. 
Ele nos levou até um corredor vazio e calmo.
_Eu devo admitir que nem nós acreditávamos que ia ser assim. Nós tínhamos mais de 50% de certeza de que teríamos complicações, mas parece que ele conseguiu nos provar que é um rapaz muito sortudo. -Sorriu o médico. Assim que ele soltou tais palavras, lágrimas de alivio saíram do meus olhos.- Ele foi atingido poucos centímetros a baixo da subclávia, uma artéria importante perto do ombro. O motivo de ter perdido muito sangue foi por conta da profundidade que a bala se alojou. Mas garanto que ele está melhor agora. A recuperação dele talvez seja um pouco demorada, mas o importante é que ele está completamente fora de riscos. Devo avisá-las que ser vítima de um tiroteio é algo realmente traumático, então ele ainda está um pouco mexido, mas creio que esse susto o fez repensar um pouco mais nas coisas. -Me olhou suspeito.
_Tudo bem. -Anne disse mais calma.- E quando poderemos vê-lo?
_Ele entrou no quarto há trinta minutos, então daqui a pouco eu chamo uma de cada vez. -Ia saindo mais voltou.- Ah, e feliz natal. -Sorriu.
_Obrigada. -Respondemos juntas.
Voltamos leves para a sala de espera logo nos abraçando. Um grande peso havia saído de nossas costas, era ótimo saber que estava tudo bem com ele.
_Admito, nada vai superar esse presente de natal. -Eu disse a ela.
_Com certeza não. -Respirou fundo.- Acho que vou ligar para Gemma para dar as notícias. Ela ficou em casa com os convidados, mas estava muito alterada.
_Ok, vai lá. -Sorri.
Me sentei em uma das cadeiras. Eram duas da manhã e pra mim o natal mal passava pela cabeça, eu apenas queria ver o meu garoto.
Não demorou muito pra que o médico voltasse para falar conosco, e decidimos que Anne seria a primeira, então ela foi. Eu não parava em quieta, eu não via a hora de Anne aparecer e dizer que eu já poderia entrar. Eu queria encontrar aqueles olhos novamente, queria comprovar com a minha própria visão que ele estava realmente bem. Eu queria ver aquele sorriso lindo outra vez, era tudo o que eu precisava depois de tanta agonia.
_Ei. estou te chamando. -Anne passou a mão pelos meus olhos.- Ele quer te ver, é melhor você ir. -Ela sorriu.
_Ah, me desculpe! -Falei ansiosa já me pondo de pé.- Eu já posso ir?
_Claro, quando chegar no corredor principal, irão te indicar o quarto.
_Ok, obrigada.
Andei rapidamente até o corredor e realmente me instruíram. Depois de alguns poucos minutos, parei Em frente á porta branca que indicava o número "32". O engraçado é que esse era o número do nosso antigo apartamento, incrível como tudo sempre volta ao passado. Respirei fundo, coloquei a mão na maçaneta e a girei abrindo a porta. Assim que vi aqueles olhos verdes e brilhantes, meu coração acelerou. Eu não sabia o que falar, parecia que era a primeira vez que nos víamos na vida.
_Oi. -Falei me aproximando. Haviam algumas enfermeiras no local, estavam arrumando o curativo dele.
_Oi. -Ele sorriu assim que cheguei mais perto.- Eu estava louco pra ver você.
_Você está bem? -Me sentei na poltrona que se localizava ao lado da cama. Ele estava fazendo algumas caretas de dor enquanto as enfermeiras terminavam.
_Está ardendo, mas não como antes. -Continuou sorrindo.
_Eu estava preocupada, achei que iria perder você. -Olhei pra baixo.
_Eu nunca te deixaria. -Vi sua mão alcançar a minha.- (SeuNome), eu queria te dizer uma coisa...
_Pode dizer. -Eu disse atenciosa.
Ele respirou fundo, olhou pra baixo e depois voltou a me encarar.
_Eu não quis dizer aquilo, você com certeza foi a melhor parceira que eu já tive. Tivemos vários momentos bons e ruins, mas eu viveria tudo isso de novo se fosse do seu lado. Eu só aprendi o que era o amor, quando eu te conheci. Eu nem sabia mais o que eu sentia por Lola, mas eu sabia o que você me fazia sentir. Você me ensinou que quando há amor, não há rancor. Podemos ter nos irritado um com o outro, mas no outro dia já estávamos sorrindo. Me perdoa se eu te fiz chorar, eu com certeza não tinha intenções de te ferir. Eu sabia que tinha que ir atrás de você, mas o meu medo de você não me aceitar era maior. Olha, depois de tudo que passamos, eu posso mesmo dizer que eu amo você. -Ele sorriu sem graça.- Eu sei que sou péssimo com as palavras, mas depois de tudo isso, eu sei que a vida me deu uma nova chance pra fazer a coisa certa. Eu estou disposto a qualquer coisa pra te fazer a mulher mais feliz desse mundo, desde que você esteja do meu lado. Eu não quero te perder, então eu me dou a liberdade de te fazer uma pergunta. Você aceita se casar comigo?
Meus olhos se arregalaram e minhas mãos foram até a meus lábios boquiabertos. Meus olhos começaram a brilhar e eu sentia a emoção tomando conta de mim. Provavelmente eu não era a unica surpresa ali, pois as enfermeiras até pararam pra prestar atenção, estavam maravilhadas com as palavras dele.
_O meu coração está disparado e eu estou nervoso. -Ele riu fraco enquanto continuava a dizer.- Mas olha, eu te conheço melhor que ninguém e você me conhece melhor que ninguém. Eu sei, parece loucura. Mas loucura maior é vivermos longe um do outro sabendo que o destino é ficarmos juntos. Eu te amo e você provou pra mim que sente o mesmo, eu vi nos seus olhos quando estávamos na ambulância...
_Harry, nós temos muitos problemas. Moramos e trabalhamos em países diferentes, eu não quero deslocar você.
_Isso não é problema pra mim.
_E como você sabe que o que sente é verdadeiro, como podemos garantir que nada dará errado?
_Disso eu não sei, mas eu nunca me imaginei numa situação como essa. Assim que entrei na sala cirúrgica, eu não conseguia parar de pensar em você. Eu não conseguia parar de pensar que se ao menos tivéssemos uma chance juntos, como seriam os nossos filhos além de Sam. Eu estava com medo de nunca poder te ver grávida, de te ver com um bebê no colo, e principalmente de não poder te ver com um longo vestido branco indo em direção a mim no altar. Eu nunca senti uma necessidade tão grande de fazer alguém feliz como agora. Você realmente quer pensar nas consequências depois de tudo o que passamos juntos? Você ainda consegue duvidar dos meus sentimentos depois de ter conhecido o Harry do passado?
Aquilo estava me deixando cada vez mais confusa. Qualquer resposta que eu o desse, definiria o resto de nossas vidas, juntos ou não. Claro que eu não duvidava dos sentimentos dele, muito pelo contrário, os meus olhos com certeza gritavam que eu o compreendia.
_(SeuNome), você aceita ser a mulher que vai me aturar pelos próximos noventa anos?- Ele disse com o pouco de esperança que lhe restava.
As enfermeiras me encaravam assim como ele. Elas pareciam estar completamente atentas a uma novela das nove aonde há uma cena absurdamente romântica. Eu me sentia pressionada, mas ao mesmo tempo quase decidida. Respirei fundo. Eu estava pensativa, eu não sabia mais se devia. Mas o que eu sentia, era de fazer a coisa certa pra nós dois.
_Claro que sim. -Sorri. Meus olhos estavam marejados, eu estava completamente sem jeito.
Vi os olhos dele lacrimejarem e foi o suficiente pra que eu viesse realmente chorar, eu não podia negar um pedido como aquele.
_Eu amo você. -Ele disse tentando se aproximar, mas gemeu de dor.
_Eu também amo você. -Me aproximei dele o selando demoradamente.
Assim que o soltei, vi que as mulheres presentes ali estavam sem graça, mas ao mesmo tempo emocionadas. Sorri novamente e fiquei observando o homem dos olhos verdes a minha frente.
_Não consigo parar de sorrir. -Ele disse sem graça.- Vamos nos casar, consegue acreditar?
_Não muito, mas acredito que a sua mãe vai ter um troço quando souber disso. -Ri.
_Ela quer netos, ela terá. -Ele riu e eu me envergonhei com os olhares pouco discretos das enfermeiras.
_Que indelicadeza. -Eu escondi o rosto rindo.
Passei mais longo tempo ali dentro com ele, não era permitido e ainda não entendo como consegui essa vantagem. Assim que eu estava pra voltar para a sala de espera do hospital, o meu celular tocou.

O que aconteceu? -Alguém disse antes mesmo de eu falar.
Já estou voltando, não se preocupe. -Era Anne.
Tem certeza?
Sim, acabei de sair da sala.

Assim que desliguei, já fui direto aonde ela estava.
_Me desculpe, perdi a noção do tempo.
_Claro. -Ela riu.- Sobre o que falaram pra demorar tanto?
_...Sam! -Falei enrolada.
É, decidimos que não contaríamos tão já. Ele me disse que queria estar melhor pra dar as notícias a família, então presumi que ele contaria no ano novo.
_Mas demoraram tanto pra falar de um cão? -Ela estranhou desconfiada.
_É, ele fez muitas perguntas. -Ri sem graça, era muito estranho mentir pra ela.
_Então tá. -Ela riu.- Bom, eu apenas darei boa noite a ele. Tenho que voltar pra casa, Gemma está preocupada e não atende o celular.
_Ok.

Harry
Eu estava ali, sorrindo sozinho quando vi a porta se abrir.
_Oi mãe. -Ri, ela já estava ali pela segunda vez.
_Só passei pra te dar uma boa noite. -Se aproximou e beijou meu rosto.- Boa noite.
_Boa noite.
Antes de ela sair pela porta, vi ela se virar confusa.
_Sobre o que você e (SeuNome) falaram pra demorar tanto?
_...Sam? -Falei um pouco indeciso.
_Isso pareceu mais uma pergunta, mas pelo menos coincidiu com a resposta dela. -Ela riu.- Então ok, tchau.
_Tchau. -Respirei fundo.
Quando ela saiu, me aliviei. Isso foi pura sorte, mas ela mal esperava pra ver a surpresa que teria brevemente.
Saí do hospital depois de me recuperar por uma semana. Tive varias visitas durante a semana da minha família, e (SeuNome) não deixava de vir um dia, sempre estava ali. Eu tinha planos de sair antes do ano novo, mas infelizmente não consegui. Saí apenas na noite do dia primeiro, e mesmo parecendo não demonstrar, eu sabia que (SeuNome) estava um pouco chateada.
Pleno dia dois de janeiro eu tive uma ideia esplendida que poderia sim dar certo, mas eu não sabia se tinha coragem o suficiente. Assim que tive uma boa recuperação, comecei a ir atrás das coisas e logo consegui tudo o que eu queria e precisava. Um cinema e alguns familiares. Chamei o maior número de pessoas que eu conhecia, quer elas estivessem no mesmo país ou não.

SeuNome
Harry estava agindo de maneira estranha durante a semana que ele havia tido alta. Eu não estava conseguindo compreender as coisas que ele me dizia, as desculpas que ele me dava todas as vezes em que eu perguntava alguma coisa. Eu estava muito nervosa, eu queria contar pra alguém sobre o pedido, mas eu não podia. Eu não era uma fofoqueira, mas acordem, eu iria me casar e não podia contar a ninguém? Eu estava enlouquecendo a cada hora que se passava. Mas uma parte de mim estava triste, decepcionada. Parecia que ele havia desistido da ideia e não estava com coragem o suficiente pra me contar.
Ele chamou a mim e as garotas pra ir até o cinema, e estávamos nós dois no quarto nos arrumando. Enquanto eu o olhava pentear os cabelos, resolvi me pronunciar:
_Harry, está tudo bem? -O questionei.
_Claro. -Disse um pouco rápido demais.
_Tem certeza? Você está agindo de forma tão estranha durante esses dias.
_Impressão sua, vamos? -Me olhou.
Ele estava muito agitado, parecia mais nervoso do que o normal.
_Ok. -Falei.
Assim que saímos, resolvi acreditar na ideia de não ter muita expectativa de nada. Durante esses dias, todas as vezes que saíamos, eu pensava que ele poderia me fazer uma surpresa, mas sempre me enganava. Então decidi que era melhor parar de me iludir. É melhor se surpreender do que se decepcionar de novo.
Quando chegamos ao cinema, vi que na sala que entramos não havia cartaz de nenhum filme.
_Qual filme iremos assistir? -Anne roubou a minha fala.
_O começo do resto de nossas vidas.
_E é sobre o que? -Gemma perguntou.
_Não assisti, mas me disseram que é bem romântico. Vocês são garotas, então deduzi que fossem gostar.
_Ok. -Responderam juntas.
A sala de cinema estava bem lotada, e pegamos o lugar na primeira fileira. Eu odiava a primeira fileira, era um dos piores lugares do cinema. O mais estranho, é que estava escuro o suficiente pra que eu não conseguisse ver o resto de ninguém ali. As luzes nunca se apagavam antes do filme começar.
Depois que nos sentamos, esperamos por cerca de dez minutos. Assim que o telão começou a transmitir os créditos iniciais, Harry não parava.
_Vou ao banheiro. -Ele disse se levantando.
_Mas o filme acabou de começar. -O falei obvia.
_Eu sei, mas estou muito apertado. -Saiu apressado.
_Fosse antes. -Cochichei emburrada assim que ele desapareceu.
Gemma e Anne estavam muito desconfiadas de nós nessa semana, achavam que nós estávamos próximos de mais e questionavam muito sobre o que realmente falamos no hospital.
Quando vi que o filme iria começar oficialmente, me aconcheguei na poltrona completamente desinteressada. Eu estava pouco ligando pra filme ou o raio que fosse, queria ir pra casa. O filme rolava enquanto eu observava minhas unhas, estavam bem mal feitas. De vez em quando eu olhava o telão, e a voz do narrador começou enquanto a cidade de New York passava na tela. Eu só sabia por causa do Empire State que foi mostrado.

"As vezes as coisas acontecem por acaso, mas cá entre nós, essas são as melhores histórias".

Após o narrador, a sombra de um cara apareceu e ele começou a falar. Quando ele começou, percebi que atrás dele passavam fotos de um apartamento. Mas não era um simples apartamento, era o antigo apartamento onde eu e Harry morávamos. Meus olhos arregalaram quando vi que a minha foto apareceu, o garoto foi mostrado e uma voz tão conhecida começou a falar algo no próprio filme.

"Foi tão estranho e repentino que mal vimos começar, não é? Nunca pensamos que isso fosse chegar tão longe, mas com certeza não nos arrependemos disso. Foi por acaso que você entrou na minha vida, mas eu peço que de propósito, você fique. Durante todo esse tempo, aprendi que o amor é feito de liberdade. É como se todos os dias eu tivesse outras opções, mas ainda sim faço a mesma escolha, você. Não dá pra negar, é você, tem sido você e vai continuar sendo você... Minha escolha, minha certeza, meu amor. Me perdoa por te fazer esperar tanto tempo pra me ver ser o homem que você sempre sonhou, mas eu juro que sua espera vai valer a pena. A minha valeu."

Gemma e Anne me olhavam surpresas enquanto eu olhava a tela completamente estática. Quando me dei conta, vi que as luzes se acenderam e ele estava ali, bem vestido á poucos passos de mim segurando um buquê de rosas.
_Olá meu amor. -Ele sorriu.- Antes de tudo, eu queria dizer a todos vocês que isso é realmente oficial. -Ouvi gritos e assovios. 
Quando olhei em volta, vi que vários conhecidos meus e dele estavam ali sentados nas poltronas a cima. 
_Como eu ia dizendo... -Voltei a minha atenção pra ele.- Há treze dias atrás, eu a fiz um pedido. Mas hoje, é realmente o evento oficial de que eu pretendo me lembrar pelo resto da minha vida. -Chegou mais perto de mim.- (SeuNome), Deus espalhou pessoas maravilhosas pelo mundo e nos deu a missão de encontrá-las. Eu cumpri a minha, pois te encontrei. Não tem coisa mais linda quando nossos olhares se cruzam e você sabe disso, é maravilhoso. Eu sempre me perguntava se eu realmente te merecia, mas eu percebi que não importa a pergunta, o amor é a resposta. -Ele me deu as flores e se ajoelhou me apresentando a famosa caixinha de alianças.- Eu já sei a sua resposta e espero que seja a mesma, mas eu queria saber se você quer se casar comigo? -Vi a surpresa no rosto dos demais ali presente, principalmente de Gemma e Anne.
_Sim, sempre. -Sorri. Nós nos levantamos e nos beijamos.
O cinema inteiro começou a gritar e assoviar novamente. As pessoas estavam loucas, o pessoal não parava um segundo. O que eu mais queria aconteceu, e foi milhões de vezes melhor do que eu imaginava.

SEIS MESES APÓS

Depois daquele dia as coisas não foram fáceis, mas nós aprendemos a lidar com as coisas juntos. Tivemos vários obstáculos como o lugar aonde moraríamos, os empregos e as famílias, mas entramos em acordo. 
Adivinhem aonde eu estou? Sim, estou me arrumando. Aqui estou eu, a noiva. Eu sei, eu sei. Muito simples, mas combina com o campo aonde irei me casar. Se eu estava nervosa? Não, eu estava surtando. Faltavam apenas cinco minutinhos e eu não estava me aguentando. Maquiagem, ok. Vestido, ok. Madrinhas, ok. 
_Pessoal, ela tem que entrar no carro em um minuto. -A organizadora apareceu me apavorando ainda mais.
Eu estava no corredor do local indo diretamente para o carro, mas alguém me parou.
_Ei, se acalma. -Olhei e vi Cloe, ela era uma de minhas daminhas.
_Ah, eu não consigo. -A abracei.
_Não se preocupe, vai ser perfeito. -Ela sorriu me acalmando.
_Promete? -Perguntei como uma garotinha de cinco anos.
_Sim. -Ela riu.- Se não for, a gente foge pra disney!
_Feito. -Ri com ela.

Harry
Eu já estava no altar, e muito nervoso por sinal. Eu não via a hora de olhar pra ela e a dizer que sim. As minhas mãos estavam suadas e o meu coração estava palpitante. E pensar que há alguns anos atrás, só de imaginar a ideia de que eu estaria no altar esperando alguém já me assustava e hoje aqui estou eu. É, o que não se faz por amor.
Quando ouvi a marcha nupcial começar, o meu corpo congelou quando ela entrou logo atrás das crianças. Se existia mulher mais linda naquele mundo, eu a desconhecia pois a que estava na minha frente superava qualquer visão que eu já houvesse tido. O sorriso dela estava radiante assim como o meu e quando nos aproximamos mesmo, ela me olhou e sussurrou um "que nervoso" me fazendo rir baixo.
_Está pronta? -A perguntei.
_Com você? Com certeza. -Sorrimos.

"Nosso amor é aquele sentimento forte, único e verdadeiro que mesmo com o passar do tempo e com a distância que existe entre nós, jamais se desgastará, pois pertencemos um ao outro, juntos em um só coração. Até que a morte nos separe é muito pouco pra mim, preciso de você por mais de uma vida. Te amo."

FIM.


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Olá gatas, depois de quase ser ameaçada de morte (rsrs. não, é serio.) aí está o tão esperado final. Me desculpem pela demora de três meses, mas espero que tenham gostado. A minha falta de criatividade me fez recorrer a uma segunda pessoa, minha prima (<3), que me ajudou com as frases românticas do final. Se ela tirou isso da mente ou de outro lugar nunca irei saber, mas saibam desde já que as frases lindas e melosas não foram de minha autoria. Vou sentir muita falta dessa fic, ela vai ficar guardada no fundinho do meu core. Agradeço vocês por terem a acompanhado e muito obrigada por me deixar iludi-las.  Amo vocês <3

17 comentários:

  1. Pensei que eu ia ter que panejar um homicídio.

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  2. Ai fds, ta tao OMG amei <3

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  3. Ahhh vc postou!!!!! Mas vc n vai abandonar o blog neh? Eu necesito dos meus pedidos!!! Eu achei q ele fosse morrer mesmo. Fico lindo o final perfeito e te garanto q a Anne tera os seus netinhos! Se é q me entend...
    Alice S. F.

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  4. SCRR, EU CHOREI, MELHOR FIC Q EU JÁ LI ������ PARABÉNS ��

    MaianyxX

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  5. Ebaaa!!
    Vc postou,esta perfeito.Parabéns!
    bjs <3

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  6. Ai que final perfeito *0* eu te autorizo a começar outra fic.

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  7. Esse foi o melhor final dos.melhores finais, parabéns pra você e sua prima linda! O final não.poderia ser melhor!

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  8. Mds cara,q fic pfta,foi simplesmente maravilhosa,simplesmente a melhor fic q eu já li,pode parecer desesperado(na vdd é),
    mas faça outra pelo meu bem pfvr kkkk,preciso ler mais fics como essa,pfvr faça mais uma do harry,nesse estilo,mas diferente,e tão boa como essa,se não for pedir dmais,mas sei q vc consegue,amei mto essa fic,não sei oq vou fazer sem ela,foi linda do começo ao fim,parabéns !!!

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  9. Perfeitaaaaah meus Parabéns fico simplesmente perfeita melhor fic q li até hj,Eu até chorei aki Sinceramente Parabéns mais uma vez fico P-E-R-F-E-I-T-A ��������

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  10. Melhor fic que li até hj simplesmente P-E-R-F-E-I-T-A, Parabéns fico lindaaaah Eu até chorei aki... Parabéns

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  11. Faz um capitulo bonus. Pleasee!!!!

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  12. Continuua a fic do Justin pfvr, ta tao pft contnua ela

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  13. Cara continua escrevendo, faz uma fanfic nova com o Harry, to com saudades de ler suas fanfics, nenhuma outra garota escreve tao bem como você ! Volta logo, ou continua a fic Harry, mais por favor escre

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  14. Olá! Amei sua fic e qria saber se posso divulga-la na minha página Só Fãs do 1D? Da uma curtida lah!

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  15. scrr manooooo chorando litros ameeeeeeeeeeeei

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  16. Isso é muito pra mim sou sensível meu deus li tudo e depois de tantas brigras nos casamos sinceramente melhor fic de todas 😭😭😭😭😭😭😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍AMO VC HARRY E VC TAMBEM ESCRITORA

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  17. Que saudades dessa fic <3 voltei pra ler denovo

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Eu fico feliz quando vejo os comentários de vocês, isso me inspira! As vezes eu fico desanimada pra escrever porque parece que ninguém está lendo ou acompanhando as histórias. Então comente, eu realmente me importo com seus comentários! Obrigada :)x.