"Imagine Harry Styles - Meu Parceiro de Apartamento" Part. 13 - Isso não vai acabar assim!

Eu já não podia mais prender as lágrimas, aquela cena me deixava cada vez pior. O que eu via na outra calçada, na frente daquela boate quase lotada, nunca achei que fosse capaz de aguentar. Eu ouvia as vozes, as conversas, eu prestava atenção em cada detalhe daquele grupinho. Apressei os passos e fui correndo pra casa. Assim que cheguei, bati a porta e me sentei no sofá com as mãos no rosto. O que eu havia feito de tão errado pra merecer tal decepção? Eu nunca pude pensar que ele poderia fazer uma coisa dessas, não depois desses dias que passamos. Ele me fazia tão bem, eu me sentia tão viva quando estávamos juntos. Mas agora, eu vejo que a confiança não se coloca em qualquer um. Um cafajeste cretino, era o que eu tinha por perto.

Depois de pensar sobre o assunto por horas, resolvi que faria o melhor pra mim. Corri até o meu quarto, abri o guarda-roupas e respirei profundamente.

_Isso acaba aqui. -Minha voz saiu tremula, o que me incomodou.

Comecei a jogar tudo pra fora do guarda-roupas, tudo ia pro chão enquanto eu segurava as lagrimas e descontava jogando tudo pelos ares. Durante esse ato, ouvi alguém na porta e o vi parado ali. Meu coração doeu, ele gelou assim que eu o vi.

_O que está acontecendo? -Ele entrou no quarto preocupado.- Por que está fazendo isso? Por que seus olhos estão vermelhos?! -Me segurou de frente para ele.

Aquilo fez uma corrente elétrica de ódio e tristeza passar pelo meu corpo, fechei os olhos e o ódio começou a subir.

_Sai! -Gritei empurrando o peito do mesmo, o fazendo se afastar.

_Ei, o que está acontecendo? -Carregava uma expressão confusa.

_Eu odeio você, é isso que está acontecendo. -Gritei mais alto.

_Calma meu amor, vai ficar tudo bem. -Se aproximou, mas eu o empurrei com mais força.

_Você é um cretino desgraçado, sai de perto de mim. -Soltei uma lágrima.

_Se acalma, me conta o que está acontecendo?!

_O que está acontecendo? -Ri sem humor.

_É, por que está assim? -Ele tentou se aproximar novamente, mas eu dei passos recuando.

Aquilo estava preso na minha garganta, só a lembrança já me fazia querer sumir. Eu não estava com vontade de mais nada, apenas de sumir. Mas eu não fugiria, eu precisava dizer.

_A Angel...? -Os soluços começaram.- Justo ela, Harry? A Angel! -Meu tom foi aumentando, eu estava a prestes de um colapso.

Ele se calou, parecia mais assutado que eu.

_Não, não foi isso o que aconteceu! -Se desesperou.

_Acabou! Se é que tínhamos alguma coisa... -Ri sem humor, novamente.

_Não meu amor, não foi bem isso.

_Não? Primeiro: vocês estavam se comendo na frente de uma boate; Segundo: você estava todo sorridente mostrando a sua mulher pra todo mundo como um troféu; Terceiro; você deixou aquela vaca me desmoralizar pra todo mundo e não fez nada! Eu conseguia ouvir tudo do outro lado da calçada.

_Ela estava bêbada e...

_Que se dane, não me interessa! -Gritei.- Achei que eu significasse alguma coisa pra você...! -Reagi mal, era pressão demais na minha cabeça.

_Você significa! Por favor, me escuta.

_Me esquece. -Disse entre dentes. 

Me virei e continuei colocando as roupas pra fora. Logo depois, procurei minha maior mala.

_Aonde vai? -Se desesperou.

_Pra qualquer lugar, aqui com você eu não fico mais.

_Não, vamos conversar...

_Não temos mais nada pra discutir. 

_Angel me sabotou, ela disse que...

_Não dê satisfações a mim, nós não temos nada. -Forcei o zíper logo depois de colocar as roupas pra dentro. 

_Você não pode sair assim, Nova York é perigosa por essas horas. 

_Agora você se preocupa comigo? 

_Me deixe explicar...? -Ele pedia em súplica, seus olhos estavam marejados. Parecia estar num desespero sem término.

_Você não precisaria estar assim, implorando se tivesse sido fiel. Sabe, posso confessar que nesses dias pensei no nosso casamento, nossos filhos, nossa história. Mas percebo que com você, isso nunca vai passar de uma fértil imaginação.

_Por favor me escuta... -Tentou pegar na minha mão, mas eu a desviei.- Ela estava bêbada. 

_Bêbada? Não, isso ela não estava. Ela estava sóbria até demais. 

_Me escuta!

_Não, me escuta você! -Apontei o dedo.- Eu não vou ficar fazendo papel de idiota, você que se dane. Vocês que se comam e sejam felizes, isso não me importa mais!

Peguei as duas malas que eu havia lotado com todas as minhas roupas e saí. 

Eu já sabia pra onde ir. Peguei um táxi e fui direto pra casa de Chris.  

_O que aconteceu? -Ele me perguntou preocupado. 

_Ele me trocou pela Angel -Abaixei a cabeça e respirei fundo, minha voz continuava trêmula.

Ele me abraçou com força e beijou minha testa. 

_Vai ficar tudo bem. 

No dia seguinte, eu estava preocupada com duas coisas. Sam, meu bebê que não me viu partir pois estava em um acampamento de adestramento para cães e os resto das minhas coisas pessoais que ainda estavam lá.

_Aonde vai? -Chris me viu abrir a porta. 

_Pegar o resto das minhas coisas. 

_Tem certeza? Porque não parece uma boa ideia.

_Eu volto logo, não vou demorar. -Tentei meu melhor sorriso, mas saiu apenas uma careta. 

Peguei um taxi e logo já estava em frente a porta. Respirei fundo e abri a mesma já entrando. Não havia ninguém na sala, então segui para o meu antigo quarto e fui rapidamente juntando minhas coisas. Peguei brincos, colares, objetos pessoais e quando eu ia em direção as fotos, vi varias que estavam eu e a minha família no meu aniversario. Enquanto eu observava com um pequeno sorriso no rosto, senti Sam pular em mim.
_Bebê! -Cochichei animada.- Mamãe sentiu tanta falta!
Depois de matar um pouco da saudades o acariciando tanto, continuei a guardar as fotos. A presença de Sam só amenizava um pouco a dor, mas não a levava totalmente. Coloquei todas as fotos dentro de uma grande caixa, eram muitas. Procurei deixar todas as fotos que eu estava com Harry, esses tipos de lembrança eu preferia deixar pra trás. Provavelmente ele já estava em casa, pois eu ouvia vozes um pouco altas. Depois de colocar tudo em uma ultima mala, fui até a minha prateleira, peguei alguns pertences de Sam e fui saindo. Assim que terminei o corredor, dei de cara com Harry e Angel começando uma discussão que piorava a cada palavra. Eles estavam na porta da cozinha. Harry estava virado na minha direção, e Angel estava de costas não podendo me ver ali. A única coisa que fui capaz de perceber, foi Harry ignorar completamente os gritos histéricos dela e vir em direção a mim.
_Você voltou? -Pareceu surpreso.
_Vim pegar as minhas coisas, mas já estou de saída. -Me desviei dele e já estava em direção á porta.
_Não espera! -Correu na minha direção e parou em frente a porta me impedindo de abri-la.
_Harry, sai.
_Deixa ela ir, não está vendo que ela não te quer mais? -Angel se intrometeu e eu revirei os olhos.
_Volta pra casa, estou sentindo a sua falta. -Continuou dizendo.
_E o que a vaca gorda faz aqui? -Perguntei diretamente pra ele.
_Ei, ei, ei! Olha como fala comigo! -Ela se aproximou.
_Perto do que você realmente é, isso foi um grande elogio. -Me virei de costas pra Harry a encarando.
_Angel! -Harry a disse em tom de aviso.
_Você quem é a vaca da história. Eu estou fazendo um favor ao Harry ao te expulsar daqui.
_Expulsar? -Ri cinicamente alto.- Estou saindo porque eu quero. Você não tem moral nenhuma pra me expulsar daqui.
_Cale a sua boca! -Gritou.
_Mede o tom comigo mocreia, abaixa a bola. -Apontei o dedo na cara dela.
_Ei! -Harry me segurou, mas eu me soltei.
_Se não sabe com quem está mexendo, não abusa cretina.
_Não aponta o dedo pra mim, senão vai ver só.
_Isso é uma ameaça? Querida, eu não vivo de ameaças. Cuida do nariz pra não apanhar, vê como fala comigo.
_(SeuNome), chega!
_Só não consigo acreditar que você colocou ela dentro de casa. -Me virei pra ele decepcionada.
_Ela quem veio aqui! -Tentou se explicar.
_Não me interessa, eu não quero mais você na minha vida.
Harry me observava estático, absorvendo as palavras.
Coloquei a coleira em Sam e abri a porta o fazendo se afastar.
_Só me diga aonde está morando... -Ele pediu.
O ignorei e fechei a porta.

Depois de meia hora, cheguei na casa de Chris.

_Olhos vermelhos, expressão decepcionada, o que aconteceu? -Chris saiu da cozinha.

_Nada. -Respirei fundo e soltei Sam da coleira.

_Eu disse que não era uma boa ideia. O que aconteceu?

_Ele colocou ela pra dentro de casa e não fez nada.

_Esquece isso, as aulas começam amanhã. Se anime.

_Eu adoraria, mas não consigo. -Respirei fundo.- Estranho as aulas começarem na quinta, não acha?

_Acho. -Riu.

_É, vou tentar me animar.

_Vai dar tudo certo, não se preocupe. -Ele me abraçou confortavelmente.

Três anos após.

Ha, ha! Sou quase oficialmente uma formanda! Sim, já terminei a faculdade. Minha formatura será no sábado e eu não consigo imaginar coisa melhor. Eu já tinha um emprego garantido no Brasil, e voltaria pra lá logo depois de terminar a faculdade. Tinha um emprego de meio período para pagar o apartamento, mas já saí, até porque vou voltar logo para o Brasil. Não posso negar que foram anos difíceis aqui, mas minha aparência apenas melhorou. Depois de três meses infernizando a vida do Chris, me mudei para um apartamento com três quadras de distancia da faculdade. Um lugar maravilhoso. Meu Sam está gigantesco, um legítimo golden maravilhoso. Dorme comigo todas as noites, ele era a melhor coisa da minha vida.
Sobre Harry? Bom, eu nunca procurei saber sobre ele. A unica coisa de qual eu ainda sabia, era que ele ainda morava no mesmo lugar. Me lembro que ele me ligava todas as vezes, na segunda feira. Provavelmente se cansou das ligações ignoradas e parou. Havia vezes em que eu me sentia sozinha e acabava igual uma idiota olhando as fotos do meu aniversário em que ele estava. Eu ainda sentia uma raiva suprema dele, mas não podia negar o pouco sentimento bom que me restava.

Alô?
Sua bobona! -Jenna gritou. Jenna era uma colega que eu tinha na faculdade, ela entrou assim que voltei das férias. Nos tornamos muito amigas durante esse tempo.
O que você quer, dondoca?
Como assim? Estou te esperando faz uma hora em Manhattan! Onde você está?
Droga, os vestidos. Já estou indo!
Você nem saiu de casa ainda sua...
Até já. -Desliguei antes de levar um xingo daqueles.

Tínhamos que comprar os vestidos, então corri, peguei um taxi e fui.
_Cheguei, sem gritos. -Me aproximei dela, que me esperava em frente de uma grande loja, ou melhor, a loja. -Tomara que a gente consiga achar.
Nos dias anteriores, procuramos vestidos como loucas, mas nada achamos.
_Se não acharmos aqui, não achamos nunca mais. -Ela se preocupou.
Entramos e já pudemos ver os milhares vestidos de vários tamanhos e cores. Não me impressionava fácil, mas aquela loja superou todas as minhas expectativas. Experimentamos milhares de vestidos, e de repente, achamos.
_Maravilha, vamos embora! -Ela disse toda feliz.
Ri e acompanhei saindo da loja após pagar.
_Bom, até amanhã na formatura. -Jenna sorriu.
_Até! -A abracei.
Fomos em direções opostas. Resolvi que passaria no Starbucks, nada supera aquelas bebidas quentes. Depois de comprar meu café quentinho, saí andando pelas ruas frias de Nova York. Cinco horas da tarde, um clima até agradável. As vezes sinto falta do calor do Brasil, mas minha mãe diz que está um calor de matar. Principalmente nessa época, próximo ao natal. 
Parei na calçada esperando o sinal de pedestres esverdear para passar pela rua que no momento estava movimentada. Assim que foquei para o outro lado da rua, vi aqueles olhos me encarando. Meu coração gelou, meu peito acelerou, minhas pernas fraquejaram e meus olhos não conseguiam se desviar. O sinal dos pedestres abriu e continuamos parados. Ele não esboçava reação, mas eu sim. Eu estava alterada, meu coração não estava ritmado. Minha respiração começou a falhar, e quando vi, eu já estava fugindo. Meus pés iam para qualquer direção, só sei que peguei um taxi direto para casa. Meu coração continuava disparado, minha cabeça latejava, eu estava em desespero, não sabia a quem recorrer.
Cheguei em casa, tomei um copo d'água e descansei no sofá. Nunca pensei que essa seria a minha reação ao reencontrá-lo.

Jenna
Eu e (SeuNome) havíamos acabado de nos despedir. De repente, percebo que fiquei com o celular dela. Isso aconteceu por conta de que enquanto ela provava o vestido. Vi que ainda dava tempo de devolver, então corri em direção ao Starbucks, aonde ela disse que iria, mas não a encontrei. Eu estava prestes a pegar um taxi, quando vi que ela estava esperando para atravessar a faixa. Eu estava andando em direção dela, quando vi os olhos dela se focarem em algo do outro lado da rua. Assim que acompanhei o olhar, vi aquele rapaz que ela se negava dizer o nome. Eu sempre o via em algumas fotos dela, mas ela nunca me disse o nome. Eu tinha certeza de que era ele, a única diferença eram os cabelos que haviam crescido. Ele a olhava sem intervalo, assim como ela. Os dois mantiveram o olhar mesmo depois do sinal aberto, mas do nada, ela fugiu. Vi ele suspirar, colocar as mãos nos bolsos da calça e sair pro lado oposto. Vi que aquela era a minha chance de ajudar. Atravessei a rua correndo antes do sinal abrir e o alcancei.
_Ei, moço! -Parei na frente do mesmo que mostrou uma expressão meio assustada.- Oi!
_Oi. -Suspirou cansado.
_Eu sei quem você é, eu sei.
_Perdão, mas... Eu te conheço?
_Não, mas eu conheço você. Suas fotos estão espalhadas pelo apartamento da (SeuApelidoÍntimo).
_Quem?
_(SeuNome)! Vocês precisam voltar, cansei de ficar a consolando toda vez que ouve uma musica deprimente.
_Você a conhece?
_Sim. Se liga, você tem que voltar com ela.
_Agradeço a gentileza, mas ela deixou bem claro que não me quer mais. Com licença. -Se desviou de mim.
_Pode parar de ser um covarde? Pelo pouco que ela me contou, você trocou ela por uma avantajada qualquer.
_Eu não troquei ninguém. -Ele se virou, e revirou os olhos.
_E por que estão separados mesmo?
_Ela não me ouve, eu queria dizer tudo pra ela.
_E por que não disse? Por que não mandou aquela besta calar a boca? Calasse ela com um beijo sei lá, você é trouxa? -Me enfezei.
_Não! Olha, a Angel armou tudo, ok?
_Quem e por que? -Fiquei confusa.
_Angel é a garota que ela acha que a troquei. Ela me disse que precisava da minha ajuda, e eu fui. Eu havia comprado nossas alianças, mas antes de chegar em casa, Angel me abordou. Ela pediu ajuda pra fingir namoro pra um cara, era a minha amiga, eu não levei pra outro lado. Mas quando eu a ouvi falando mal de (SeuNome), terminei por ali. Foi então que percebi que ela estava se aproveitando de mim. No dia seguinte, quando (SeuNome) voltou pra pegar o resto das coisas, Angie me seguiu e jogou varias coisas na minha cara. Disse que estava fazendo tudo aquilo pois (SeuNome) nunca gostou dela, mas principalmente porque eu nunca a olhei com outros olhos. Foi o discurso mais idiota que eu já escutei na minha vida.
_Seu idiota, por que não vai atrás dela.
_Não é tão simples, ela está afim de um cara.
_De quem?
_Não sei garota, mas eu vejo ele flertando com ela quase todos os dias.
_Espera, você a vê todos os dias? -Me surpreendi.
_Sim. -Deu ombros.- Ela passeia demais com Sam.
_Há dias que ela me liga dizendo que Sam sente a sua falta, mas eu não acredito que seja só ele.
_Olha, entendo que você está fazendo o papel de amiga tentando nos juntar de novo, mas isso não vai rolar. -Juntou os próprios lábios e saiu me deixando ali.
Ah, esses dois são muito cabeça dura! Vai ver é por isso que se gostam tanto. São perfeitos um pro outro. Mas eu tinha uma ideia, esses dois idiotas vão ficar juntos nem que seja a última coisa que eu faça! Isso não vai acabar assim!

Continua...

Podem ter certeza, Jenna vai ser uma grande amiga daqui pra frente. Amo demais o próximo capítulo, com vocês não vai ser diferente! :)x
#AmamosAJenna (risadinha).