"Imagine Harry Styles - Meu Parceiro de Apartamento" Part. 5 - A Paixão.

OBS: Ao longo do capítulo, eu vou mencionar algo sobre pupilas dilatadas. Nesse caso, acontecem quando alguém está apaixonado. (Pra quem não sabia).
Harry
_Me desculpe, não quero estragar a nossa amizade.
_Eu não sou um idiota (SeuNome), você só não está interessada.
_Não é assim Harry...
_As garotas usam a amizade com o desculpa para dar um fora em alguém, eu entendo disso.
_Harry, você espera que eu dê uma chance a alguém que não espera ter algo mais sério futuramente?
_O que por exemplo? Casamento? Por que eu pensaria nisso?
Ela riu sarcástica, fez sinal negativo com a cabeça e voltou para a sacada.
_O que eu fiz de errado? Só não vou pensar nisso agora. -Entrei me justificando.
_Você não está preparado para um relacionamento sério.
_Só porque não penso em me casar?
_Harry... -Veio até mim e sorriu fraco.- Não me leve a mal, eu só não quero alguém que beija quatro bocas na semana.
Ela foi para o quarto e Sam foi atrás. Isso foi bem mais ofensivo do que quando eu mesmo digo isso nos meus próprios pensamentos. Respirei fundo e me sentei no sofá.
No dia seguinte, eu nem a vi. Depois que voltei da faculdade, fui diretamente para casa e ela não estava. Eram duas horas da tarde quando a campainha tocou e eu atendi.
_Mãe?
_Olá! -Ela sorriu me dando um beijo no rosto.
_O que faz aqui? -Retribuí sorrindo.
_Vim te visitar. -Entrou e se sentou.- (SeuNome) está?
_Não. -Sorri fraco, fechei a porta e me sentei com ela.
_O que aconteceu Harry? -Ela notou minha expressão.
_Ela mãe, ela.
Eu não precisava esconder nada dela, era a minha mãe, eu confiava muito nela.
_O que ela fez?
_Ela não fez nada, eu quem sou o problema. Mãe, ela acha que eu não vou valorizar os sentimentos dela.
_Que história é essa, você é o garoto mais doce que eu já conheci filho.
_Mãe, eu sei que você já sabe sobre as minhas "saidinhas".
_Isso não te impede de ser o garoto mais gentil que ela conhece.
_Eu não sei.
_Harry, como você quer que ela acredite em você, se nem você mesmo se esforça pra isso. Meu filho, ela é uma garota séria com sentimentos sérios, não a compare com as outras que você já viu.
_Eu só quero que dê certo.
_Siga as regras dela, não a desrespeite de forma alguma.
_Falando em regras... -Cocei a nuca. Eu havia acabado de me lembrar do diário que eu havia encostado a tempos.- Eu achei um diário antigo e secreto dela. E, acabei pegando e escondendo no meu quarto. -Fechei os olhos fortemente temendo a sua reação.
_Harry Edward Styles! -Ela disse com os olhos arregalados.- Você enlouqueceu? Como pode ter desrespeitado a privacidade dela assim?
_É só um diário antigo mãe.
_Se fosse apenas isso, você não precisaria esconder de ninguém!
_Eu vou devolver. -Prometi.- Mãe?
_O que?
_Ela já forjou um namoro falso pra me provocar.
_Serio? -Se surpreendeu sorrindo.
_Por que está sorrindo, isso é estúpido.
_Ela se importa, querido.
_Mulheres são confusas. Quando mais você quer descobrir, menos você entende.
Minha mãe riu e olhou pela casa. De repente, ouço Sam vir correndo para a sala. Ele estava dormindo em meu quarto.
_Que cão é esse?
_Ah, esse é o Sam, nosso novo mascote.
_Nosso?
_Sim, eu adotei de aniversário para (SeuNome).
_E como é que você pensou nisso? -Ela pareceu muito interessada. Estava com uma expressão feliz como se omitisse algo.
_Eu estava pensando durante uma noite antes da festa dela e acabei sonhando com um cachorro, então resolvi pegar um. A moça da adoção de cães disse que eles eram agitados, amorosos e bons para uma família, principalmente para crianças. Então eu senti de pegar um.
_Família? Crianças? Harry, eu já ouvi essa história antes.
Me veio um rápido e objetivo flash do meu passado. Eu também me lembrava perfeitamente, mas eu não recordava totalmente do que minha mãe se referia.
_Não envolva Lola nisso. Isso é passado, ok?
_Não Harry, não estou me referindo à ela. -Ela pareceu verdadeira.
_Então, do que está falando? -Perguntei confuso.
SeuNome
Enquanto eu ia para a faculdade, peguei uma chuva tremenda de manhã. Durante as aulas, eu me senti muito mal. Quando estava saindo da sala de aula para ir embora, desmaiei no corredor principal. Acordei no hospital central da cidade e havia uma mulher ao meu lado.
_Ah, você acordou. -Ela disse feliz.- Sou Melanie, a coordenadora.
_Oi. -Sorri fraco.- O que estou fazendo aqui? -Eu portava uma dor absurda de corpo e de cabeça.
Antes dela me responder, um cara de jaleco branco entrou. O médico.
_Srt. (SeuSobrenome), como se sente?
_Um pouco tonta. Doutor, por que estou aqui?
_Sua pressão caiu. Quanto ao desmaio, foi apenas seu organismo se defendendo e avisando sua falta de uma boa alimentação. Você teve alguns outros sintomas de febre, mas o que fez isso se intensificar, foram outras coisas.
_Doutor, se a chuva for uma delas, eu nem me molhei tanto. -Era verdade.
_Pode ter sido a chuva, como você citou. Mas a temperatura do seu corpo aumentou demais, então o que colaborou para isso foram emoções fortes.
_Está brincando comigo? -Eu disse incrédula.
_Não Srt. (SeuSobrenome). Acredite ou não, isso faz parte dos sintomas. Concordamos que você estava tensa e pensativa demais.
_Doutor, isso não é engraçado.
_Não estou brincando. -Estava sério.- Você já pode ir pra casa, apenas não esqueça a receita dos remédios na recepção.
Melanie me levou para casa, antes passando em uma farmácia.
_Pelo seu atestado, você irá ficar uma semana de cama. Bom descanso. -Sorriu.
Agradeci e subi. Eu estava péssima pelo que eu sentia. Dores por todo o corpo, provavelmente só estava em pé pelo soro que tomei. Pelo menos é o que dizia na comanda do hospital.
_Onde estava? -Harry me olhou assustado, provavelmente pelo meu estado deplorável.
_No hospital. -Sorri fraco.
_O que estava fazendo lá? -Me seguiu até meu quarto.
_Desmaiei na faculdade. Estou queimando de febre.
_Por que não me ligou?
_Ninguém atendeu. -Me deitei.
Ele pegou as caixas de remédio que há poucos eu havia jogado na poltrona e leu.
_Quanto está de temperatura?
_Eu não sei.
_Ok. -Ele saiu.
Quando eu menos esperei, ele voltou com um termômetro e se sentou na cama.
_Sente-se e abra a boca.
_Pra que sentar?
_Quer engolir o termômetro?
Sorri fraco e o obedeci. Ele colocou o termômetro e me olhou levando as costas da mão até minha testa.
_Você está quente. -Se preocupou. Quando o termômetro apitou, ele tirou e olhou.- Você está com quase quarenta graus.
_Caramba.
Ele me deu medicamentos e água.
_Descanse um pouco. -Saiu.
Eu devo ter dormido por longas horas, e quando acordei, fiquei olhando ao redor.
_Parece que já acordou. -Apareceu na porta.- O que acha de um chá?
_Seria bom.
_Ótimo, eu já volto. -Piscou.
Olhei ao redor novamente, já havia escurecido. Meu relógio de parede marcavam oito horas e trinta e seis minutos.
_Acho melhor você tomar um banho enquanto eu termino o chá.
_Harry, não estou em condições nenhuma de fazer isso.
_Eu posso te ajudar. -Ergui uma sobrancelha.- Não como alguém desrespeitoso, se quiser pode se banhar de roupas. Só quero ajudar, não tenho segundas intenções.
_Tem certeza? -Desconfiei.
_Absoluta.
Eu estava sem condições nenhuma de questionar ou discutir. Ele parecia ser confiável no momento.
_Ok.
Me levantei e ele me acompanhou até o banheiro. Eu não sei o que eu estava fazendo, nem porque estava fazendo, mas eu tirei as roupas ficando apenas de peças íntimas.
_O que está fazendo? -Virou para o outro lado evitando me olhar.
_Eu não sou uma idiota, não vou tirar mais que isso.
Liguei a água da banheira, que não demorou a encher, então entrei. O meu corpo estava mole, parecia nem querer me obedecer.
_Eu odeio ter febre. -Minha voz mal saiu.- Ótimo, já estou rouca.
Harry se sentou no chão e ficou me olhando.
_Pode parar com esse olhar, o meu rosto está aqui em cima. -Esbravejei, o que não deu certo pois minha voz não ajudava.
_Me desculpe. -Sorriu tímido.
Tímido? Tímido? Ele está tímido?
_Para falar a verdade (SeuNome), você assim não é novidade para mim. Já vi antes.
_Como? -Eu poderia gritar, mas vocês já sabem.
_Você estava bêbada, eu não tinha outras opções.
_Se você me tarou... -Ameacei.
_Não com as mãos. Os olhos fizeram parte, mas eu nem toquei em você, ok?
_Como você consegue dizer isso com tanta naturalidade?
Ele apenas deu ombros e olhou para baixo.
_Sinto que posso confiar em você. -Continuou na mesma posição.
_Obrigada Harry. Talvez eu também confie em você.
Quando a água resolveu esfriar, saí e sozinha, fui me trocar.
_Posso entrar? -Bateu na porta.
_Claro.
Ele trouxe o chá e eu já estava deitada. Me sentei e ele me deu o chá. Estava delicioso e quente. Antes, ele me deu o medicamentos, pois já estava na hora. Ele se sentou na poltrona, um pouco longe.
_Péssima época para ter febre, o inverno.
_É, está frio. -Sorri bebericando o chá.
Ele olhava todos os movimentos no qual eu fazia, parecia gravá-los em sua mente pra nunca mais esquecer.
_Porque está fazendo isso? -O surpreendi com a pergunta.
_Bom, eu estou mostrando pra você que eu me preocupo de verdade. Era para eu estar em uma festa com Jake.
_Me desculpe.
_Não tudo bem, eu não me sinto obrigado. Gosto de cuidar de você.
Nos olhamos.
_Posso te contar uma história?
_Claro.
_Na segunda série do colegial, eu era apaixonado por uma Líder de torcida chamada Lola Stanford. Ela era linda, era desejada pela escola inteira. Eu como um nerd bobo e apaixonado, sempre escrevia cartas ocultas de amor para ela, então um dia ela descobriu sobre a minha identidade. Nós namoramos, e eu a apresentei para a minha mãe. O nosso romance não durou quase nada, pois no dia do jogo da escola contra os visitantes, eu a vi com o meu melhor amigo. Fim. -Sorriu.
_Os dois estavam...
_Sim.
_Credo, por que me contou isso?
_Pra você entender o que aconteceu na minha primeira paixão.
_Que horror.
_É, hora de dormir.
No dia seguinte, acordei e eu estava absolutamente sozinha em casa. Ele foi para a faculdade. Sorri e me levantei. Quando eu estava passando da sala até a cozinha, ouvi uma voz doce e feminina.
_Aonde vai, querida? -Vi Anne sentada no sofá com Sam.
_Oi. -Balancei a mão e sorri envergonhada.
_Harry me contou sobre a sua febre. Volte para a cama.
Harry, fofoqueiro dos infernos.
_Ok. -Fui e ela me seguiu.
Tomei o remédio e comi frutas que ela trouxe.
_Como era Lola? -A perguntei. Ela estava sentada na poltrona do meu quarto.
_Harry te contou? -Sorriu.
_Sim.
_Ela era ruiva e tinha olhos verdes. Sempre andava com dois rabos de cavalo e com suas roupas amarelas. Também tinha óculos vermelhos, sardas e nunca tirava sua mochila rosa.
_Não parece ser a tal líder de torcida.
_Líder de torcida? Não, ela era a namorada de infância de Harry. Eles namoraram até o colegial.
_Oi?
_Harry se apaixonou por ela aos doze anos. Eles ficaram juntos até os dezesseis. Primeiro, Harry descobriu que ela o traiu com o melhor amigo, e depois que se concertaram, ela foi diagnosticada com câncer de pulmão e morreu depois de seis meses no estagio quatro. A segunda paixão dele, foi por uma Lisa, ela sim era uma líder de torcida, mas ela o envergonhou na frente do colégio inteiro por dizer coisas constrangedoras sobre ele. Ele ficou depressivo por muito tempo, até que há um ano atrás, conheceu Jake e começaram a ir em festas.
Eu fiquei ali, perplexa. Eu não sabia o que dizer.
_Anne, ele tem medo de relacionamentos por causa disso? -Eu disse triste.
_Ele tem medo de confiar em pessoas erradas.
Ficamos em silêncio por um tempo.
_Você sabe por que ele te deu Sam de presente? -Me olhou.
_Meu aniversário.
_Quase, mas há algo por trás disso.
_O que é? -Fiquei curiosa.
_Quando ele tinha seis anos, sempre me dizia que queria um cachorro. Eu não podia o dar um, então toda noite que acampavamos no quintal, ele dizia que quando ele tivesse alguém pra cuidar, compraria um cachorro. Eu nunca entendia. Quando ele tinha nove anos, o perguntei o por que daquilo e ele me respondeu: "Enquanto não tivermos filhos, ele vai ser nosso filho". Foi então que juntei as peças.
_Não entendi por que estou no meio disso. -Eu disse confusa.
_Junte as duas histórias. -Pediu ela.
Ok. A primeira é que ele não pretendia ter um relacionamento a não ser que confiasse alguém, certo? Certo. A segunda, é que ele daria um cachorro para alguém que ele gostaria de cuidar. Ok.
Espere... Ontem que estávamos no banheiro, ele me disse: "Sinto que posso confiar em você". E quando ele me deu Sam de presente, todas as vezes que eu me dirigia ao cachorro com uma voz boba, ele sorria igual a um idiota. Ontem, ele me disse que poderia estar em uma festa com Jake, mas preferiu ficar comigo... "Gosto de cuidar de você".
_Anne... -Eu disse assustada.
_Você compreendeu?
Eu assenti olhando para o nada com a mesma expressão.
_Ele...?
_Sim, ele gosta mesmo de você.
_Anne, isso é doideira. Somos opostos.
_É a melhor parte, ele viu em você o que não encontrou nele.
_Eu estou...
_Perplexa, assustada, animada, feliz? -Assenti novamente.- Eu também, esperei muito por isso.
_Mas, o que eu vou fazer?
_Você sente o mesmo?
_Eu não sei. -Eu disse com medo.
_Pense em todas essas semanas, como você se sentiu perto dele?
_A primeira coisa que mexeu comigo, foi a voz dele. -Sorri ainda olhando o nada.- Logo depois, o seu jeito gentil e sincero toda vez que conversávamos durante a noite. Não posso me esquecer dos ciúmes que ele demonstrava de vez em quando. Depois, o nosso primeiro beijo...
_Vocês se beijaram? -Ela perguntou sorridente e surpresa.
_Mais de uma vez. -Ri.- E a culpa foi dele, ele não consegue falar com as pessoas por menos de cinco centímetros de distância.
_E o que você sentia? -Continuava feliz.
_Eu secretamente sempre queria mais, mas eu não admitia. -Parei.- Eu disse isso mesmo?
_Sim. -Ela riu.
Conversávamos como se fossemos amigas de datas e datas. Logo, ele chegou aparecendo no quarto.
_Olá senhoritas. -Beijou o rosto de Anne e logo beijou o meu, o que foi bem mais demorado.- Se deram bem?
_Sim. -Respondeu ela sorrindo comigo.
_Mediu a temperatura dela?
_Esqueci. -Ela disse como quem pedia desculpas.
_Ok.
Ele pegou o termômetro e fez o mesmo processo de ontem.
_Está melhor que ontem, mas ainda não está boa. -Fiz uma cara triste. -Vou pegar uma toalha úmida, você ainda está um pouco quente.
Olhei confusa para Anne, ela apenas piscou e disse inaudivelmente: "Deixe ele cuidar de você". Logo ele voltou com uma toalha de rosto dobrada, se sentou na cama e segurou a toalha úmida em minha testa. E como das outras vezes, não deixava de me olhar e sorrir por um segundo. Eu olhei diretamente em seus olhos e vi que suas pupilas estavam dilatadas, ou seja, de tamanho diferente do normal.
_Harry, suas pupilas estão dilatadas...
_Sério? -Ele perguntou.- Como sabe?
_Seus olhos são claros, não são difíceis de enxergar.
Ele sorriu e continuou com a toalha em mim. Anne se levantou e olhamos para ela.
_Bom, já que Harry chegou pra cuidar de você, já estou indo. -Deu ênfase na palavra.
Ela se despediu e foi.
_Vou molhar a toalha. -Se referiu ao pano que já estava quente.
Ele foi e Sam subiu na cama se deitando ao meu lado.
_O que foi? -Perguntei ao mesmo.- Por que o bebê da mamãe está quietinho hoje? -Passei a mão em seu pelo, mais uma vez com a voz boba.
_Provavelmente ele está sentindo que você não está bem. -Harry entrou no quarto.
_Coitado.
Harry novamente se sentou, mas dessa vez, estava mais próximo. Ele continuou passando a toalha, porém agora, encarava minha boca. Ele começou a se aproximar, e eu sabia onde isso iria parar.
_Harry, não. -Fechei os olhos não acreditando que havia negado.
_Me desculpe. -Estava desapontado.
Eu estava doente, e também estava com suspeitas de uma gripe terrível. Até porque essa noite, espirrei demais. Ele continuava me olhando, mas não estava firme como antes.
_(SeuNome), preciso te dizer uma coisa. -Tirou a toalha.
_Pode dizer.
_Eu estou com o seu antigo diário.
Aquilo quase parou os meus batimentos cardíacos, eu estava prestes a surtar.
_Você o que...? -Fechei os olhos não acreditando. Eu estava contando até dez mentalmente.
_Me desculpe, eu estava doido para saber mais sobre você que acabei enlouquecendo.
_Você não podia perguntar? -Segurei a vontade de gritar.
_Você não responderia. Já faz um tempo que estou com ele, mas eu só li no máximo cinco vezes, eu juro.
_Harry, o que te deu o direito de invadir o MEU quarto e mexer nas MINHAS coisas?
_Me desculpe. -Abaixou a cabeça.
_Como espera que eu confie em você?
_Não, não leve para o lado sentimental, por favor! -Disse se alterando.
_Como não? Pare de ser infantil!
_Eu não estou sendo infantil, você quem está!
_Saia daqui! -Peguei a toalha e bati com a mesma em seu braço.- Anda!
Ele se levantou bravo e andou até a porta. Antes dele fechá-la, eu ataquei a toalha em suas costas. Pelo menos pra isso eu tenho uma boa pontaria, atirar coisas. Ele bateu a porta e lá estávamos os dois. Separados e ambos nervosos.
Quando eram dez horas da noite, vi que ele estava saindo provavelmente vai a uma festa. Ergui os ombros e fiquei lendo um livro até pegar no sono.
Acordei no meio da noite e fui pegar um copo de água. Sabe, pra mim havia sido completamente inútil brigar com ele por causa de um diário velho. Eram apenas folhas e folhas escritas por uma adolescente desiludida de dezesseis anos. Eu tinha sido uma pessoa estúpida só por causa disso, que coisa idiota.  Tomei a água e logo ouvi o barulho da porta. Ouvi passos e então Harry apareceu na cozinha.
_Já sei, já estou voltando pra cama. -Coloquei o copo na pia e estava andando para a sala. Quando eu estava prestes a atravessar a porta, ele me impede ficando na minha frente. 
_Me deixe passar. -Olhei para cima, onde estava seu rosto.
Ali encontrei olhos vermelhos e um cheiro estranho.
_Harry? -O chamei. Ele sabia apenas me encarar.
Lentamente, ele pegou uma das minhas mãos e a colocou em cima do lado esquerdo do peito. Seu coração estava acelerado. Ele soltou a minha mão, e foi com as dele até minha cintura me puxando pra perto de vagar.
_Me desculpe, eu não queria te magoar. -Sua voz saiu mais grave e rouca que o normal.
Ele chegou perto, e ficou observando minha reação a cada centímetro que se aproximava. Eu não sabia o que fazer, eu não tinha o que fazer. Então ele finalmente selou nossos lábios começando um beijo calmo.  Eu não me movia, meus braços estavam ao lado do meu corpo, mas sem perceber, eu subi os mesmos até sua nuca o incentivando a continuar. Provavelmente durou bastante, pois quando nos separamos, faltou ar. Ah, um detalhe: ele provavelmente bebeu, pois foi o que eu senti no beijo.
_Você bebeu, não foi?
_Não. -Ele disse lentamente.
_Eu senti gosto de vodka Harry.
_Ok, eu bebi mas não estou bêbado, ok?
Revirei os olhos.
_Vá tomar um banho, você está cheirando bebida. -O empurrei.
Sem pestanejar, ele foi. Fui para o meu quarto e peguei os remédios que eu havia esquecido antes de dormir e tomei. Depois de tempos, ele apareceu no meu quarto de banho tomado. Apenas estava sem a camisa, o que o cobria era a toalha estendida nos ombros.
_O que você quer?
Ele não respondeu. Ele veio até onde estava, me puxou com uma mão em meu quadril e me deu outro beijo longo.
_Naquela dia, você prometeu não fazer mais isso. -Me soltei.
_Fazer o que?
_Me beijar.
_Eu disse que não poderia prometer. Eu não prometi.
_Você entende que não pode fazer isso, não é? Não temos nada Harry, você não pode me beijar quando bem entender.
_Por que? -Disse já me puxando para outro beijo.
_Harry, não. -Coloquei a mão em sua boca o afastando.- Até Sam obedece um comando melhor que você.
_Ok. -Me soltou e se sentou na poltrona.- Mas o que eu vou fazer pra me controlar? Isso é inevitável, quando vejo, já fiz.
_Aprenda a ter auto controle. Vai chegar uma hora em que você vai querer fazer algo mais intenso, e aí?  _Tem razão. -Parou.- Você pode me dar um beijo?
_Não. Por acaso você está entendendo o assunto?
_(SeuNome)...
_Harry, eu disse não!
_Por favor, eu sempre te dou um beijo. Sua vez de retribuir.
_Você está parecendo uma criança.
_Vai, por favor. Eu prometo ter auto controle. -Ele riu.
_Harry!
_Só um. Eu te deixo em paz.
_Não. -Me deitei.
_Você tem duas opções. Me dar um beijo, ou me dar um um beijo.
_Você não vai parar? -Falei brava.
_Não.
_Olha, vamos fazer assim: você me deixa em paz e eu dou o seu beijo outro dia, pode ser?
_Não, você vai ficar dando desculpas para adiar.
_Ok, me dê um prazo. -Fechei os olhos para dormir.
_Até amanhã à noite.
_É muito pouco! -Abri os olhos.
_Você pediu um prazo, eu dei. Cumpra com ele. -Apagou a luz e saiu do quarto.
No dia seguinte, acordei tarde. Eu já estava melhor. Fui comprar algumas frutas pra comer e encontrei minha mãe.
_Oi. -Ela sorriu.
_Oi.
_Eu estava mesmo querendo falar com você. Estamos planejando um jantar em família para hoje e eu queria que você fosse.
_Pode ser. -Sorri.
_Como vão as coisas?
_Bem.
_E você e Harry?
_Credo mãe, que pergunta é essa?
_Desculpe. -Riu.
Fui para a casa e fiquei brincando um bom tempo com Sam até ele chegar.
_E o meu beijo?
_Agora não. Olhe, hoje eu tenho um compromisso à noite, não vou ficar para jantar.
_Tudo bem, Jake me chamou para ir em algum lugar.
_Ótimo.
Pra ser sincera, eu odiava esses jantares da minha mãe. Eram todos formais, a caráter. Eu não tinha roupas para esses jantares, mas eu arranjaria algo até lá.
Durante o dia, fiquei no quarto vendo roupas e eu até que enfim, arrumei algo. Já estava quase na hora, então me arrumei perfeitamente. Enquanto eu saia, procurei Harry para aquele tal beijo, mas não o encontrei, então sai.
Eu estava livre daquele combinado ridículo e eu estava amando aquela liberdade. Cheguei ao apartamento e entrei. O lugar já estava cheio de pessoas que eu não conhecia. Fui até minha mãe e a cumprimentei.
_E então, quem são essas pessoas?
_Os vizinhos. -Sorriu.
Eu cheguei atrasada, ou seja, na hora do jantar. Nos sentamos todos na grande mesa e minha mãe me apresentou a todos me envergonhando. Haviam alguns garotos bonitos na festa e também vi que Anna estava lá. No decorrer da "festa", até me diverti com umas jovens mais novas de quinze anos. Eu estava sentada em um sofá com elas, até que ouço minha mãe me chamar. As meninas começaram a comentar sobre algo. Quando olho, vejo Harry ao seu lado.
_Droga -Sussurrei.
Pedi licença as meninas e fui até ele. Minha mãe saiu nos deixando sozinhos.
_Você não acha esse vestido muito curto? Pode dar desejos em alguém como esta me dando agora. -Sorriu malicioso e eu revirei os olhos.- Está pronta?
_O que foi Harry? -Me fiz de desentendida.
_O beijo. -Ele sorriu.
_Mas aqui? Não pode ser quando eu voltar pra casa?
_Eu sai de uma festa só pra vir aqui, colabore.
_Ok. Mas vai ser um beijo rápido.
_Selinho não vale, e não pode ser menos de cinco segundos.
_Mais alguma exigência?
_Não me morda. -Riu.
Olhei para os lados e ele segurou minha cintura. Coloquei as mãos em seus ombros e me aproximei já o beijando. Não era pra ser, mas eu o dei um beijo de verdade. Não estou exagerando. Dos ombros, passei as mãos em seus cabelos e ele me puxou para muito mais perto.  Quando eu vi que aquilo estava quente, e durando demais, quebrei o beijo. Antes de realmente nos soltarmos, ele mordeu fortemente o meu lábio inferior.
_Você é boa. -Ele mordeu o próprio lábio.
_Ótimo, você já pode ir.
_Ok. -Me deu um selinho.
Ele saiu e me deixou com aquela cara de tacho. Voltei para o sofá com as meninas e elas me olhavam.
_O que foi aquilo?
_Ah, vocês viram?
_Vocês estavam se pegando no meio da sala! E aquelas mãos bobas, você não sentiu?
Obviamente desviei assunto e comecei a falar sobre os vestidos lindos que elas usavam.
Harry
Depois daquele beijo, fui para a casa radiante. Eu gostaria de saber o que aconteceria se estivéssemos sozinhos. Quando cheguei em casa, vi uma ligação.
Alo?
Harry!
Oi mãe.
Vocês estão namorando?
Quem?
Você e (SeuNome).
Não.
Acabei de ver vocês dois em um beijo intenso na sala.
Foi um beijo inocente.
Inocente? Tinha sentimento demais pra ser inocente.
Da minha parte, sem dúvida. Se lembra daquelas coisas no estômago? Senti mil delas.
As famosas borboletas.
O beijo dela é tão bom. Tão reconfortante que chega a viciar mãe.
Juízo filho, ela é uma garota de ouro.
Eu sei, estou começando a querer algo mais sério.
Boa sorte.
Obrigado.
Me sentei no sofá com Sam e ele latiu indicando algo.
_O que foi? -Passei a mão nele.
Ele desceu do sofá e ficou em frente à porta da sacada
_Ok. -Fui até lá e a abri.
Ele amava ficar olhando os carros lá embaixo, era o que o acalmava. Quando ela chegou, eu estranhei. Havia chegado mais cedo.
_Achei que voltaria mais tarde.
_As pessoas da festa inteira não me deixaram em paz por sua causa. Não era necessário aquilo no meio da sala.
_Meu amor, você quem me beijou. -Ri.
_Poderia estar sendo agora, sem ninguém. Mas o Sr. Sabichão resolveu que tinha que ser ali.
_Ok, admito a culpa. Mas você sabe que vestida assim, não sairíamos intactos nisso.
_O que tem de errado com a minha roupa?
_Suas pernas são lindas.
_Eu sempre me arrependo de fazer perguntas pra você. Não sei por que ainda tento.
_Olha, por mais que eu tente segurar  língua, eu sou homem.
_Os garotos da festa ficaram quietos.
_São pirralhos de dezesseis anos.
_Pirralhos de dezesseis anos são mais educados que você.
_Eles não sabem de nada da vida. Não sabem nem a sensação de um...
_Fique quieto. -Apontou me ameaçando.- Nem ouse terminar essa frase.
_De um org...-Brinquei.
_Calado Harry.
_Qual é o seu problema com a palavra orgasmo? -Ri.
Revirou os olhos e foi para o seu quarto seguida por Sam. Fui atrás e me deitei em sua cama.
_Não, pode pular fora daí! -Gritou.
_Dessa vez você não vai me convencer, nem adianta.
_Não?
_Não.
_E se eu te disser que se sair daí, eu te recompenso? -Sorriu.
_É uma possibilidade.
_Dois favores.
_Três.
_Não, dois.
_Três ou nada feito.
_Tá! -Falou brava.
_Que favores?
_Você escolhe, mas nada de favores escrotos.
_Ok. -Me levantei.
A dei boa noite e fui para o meu quarto.
Ela teria o resto da semana em casa, o atestado dela era longo demais. No outro dia, na parte da noite, eu a vi se arrumando e fui até o seu quarto já que eu fazia o mesmo para ir em uma balada com Jake novamente.
_Aonde vai?
_Sair. -Disse óbvia.
Olhei sua roupa. Eu estava tentando segurar para não dizer nada sobre aquelas partes transparentes do vestido em que ela usava. Eram misteriosas, não chegavam a indecência, mas eram muito misteriosas. Algo em que você olha e quer descobrir o que tem além da parte que está a mostra. Principalmente o decote, é o lugar que inevitavelmente olhamos e mal percebemos. Nós homens temos essa mania de olhar um decote e esquecer do mundo...
_Harry! -Ela gritou.
_O que? -Voltei a realidade.
_Você não ouviu uma palavra de que eu disse.
_Ouvi sim, você disse algo sobre corações ou algo assim.
_Decote coração Harry!
_Não este está bom.
_Ah, esquece.
Ela saiu e foi para a sala. Eu já havia deixado de me preocupar com a vida social dela, eu já sabia que ela estava indo até outro jantar.
Continua...

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Eu fico feliz quando vejo os comentários de vocês, isso me inspira! As vezes eu fico desanimada pra escrever porque parece que ninguém está lendo ou acompanhando as histórias. Então comente, eu realmente me importo com seus comentários! Obrigada :)x.